Descrição de chapéu Coreia do Norte

Kim diz que armas nucleares norte-coreanas estão prontas para responder a EUA e Coreia do Sul

Em discurso a veteranos da Guerra da Coreia, ditador afirma que postura do Sul leva situação 'à beira da guerra'

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Seul | AFP e Reuters

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse que o país está "pronto para mobilizar" sua dissuasão nuclear diante de possíveis confrontos militares com Estados Unidos e Coreia do Sul, divulgou a mídia norte-coreana nesta quinta (28). O autocrata também criticou o novo presidente do país vizinho pela primeira vez.

"A dissuasão nuclear do nosso país está pronta para mobilizar seu poder absoluto de forma confiável, precisa e rápida, de acordo com a sua missão", disse Kim em um discurso nesta quarta-feira (27), segundo a agência estatal Korean Central News Agency, a KCNA, de Pyongyang.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, discursa no 69º aniversário do armistício entre as duas Coreias, em Pyongyang
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, discursa no 69º aniversário do armistício entre as duas Coreias, em Pyongyang - 27.jul.22/KCNA via AFP

As Forças Armadas estão "totalmente preparadas" para enfrentar "qualquer confronto militar com os EUA", acrescentou ele, ao discursar a veteranos da Guerra da Coreia (1950-1953) em razão do 69º aniversário do armistício entre os dois países, o que ainda mantém as Coreias, ao menos tecnicamente, em guerra.

O enfrentamento com Washington, disse Kim, representa ameaças nucleares desde o conflito da década de 1950 e exige que o Norte realize uma "tarefa histórica urgente" para reforçar sua autodefesa.

Em junho, EUA e Coreia do Sul ameaçaram impor mais sanções e até rever a postura militar americana caso Pyogyang realizasse um novo teste nuclear. Nesta semana, americanos conduziram na Coreia do Sul exercícios de fogo real com helicópteros Apache pela primeira vez desde 2019. Do outro lado, Seul e Washington afirmam que o rival concluiu as preparações para o primeiro teste nuclear desde 2017.

No discurso, Kim também criticou o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que assumiu em maio, prometendo ser mais duro com o vizinho. "Falar sobre ações militares contra nossa nação, que possui as armas absolutas que eles mais temem, é absurdo e uma ação autodestrutiva muito perigosa", enfatizou.

"Uma tentativa tão perigosa seria imediatamente punida por nossa poderosa força, e o governo de Yoon Suk-yeol e seu Exército seriam aniquilados."

Kim também afirmou que "belicistas" e "bandidos nojentos" no governo de Yoon estão empenhados em atividades militares de confronto, destacando o desenvolvimento de armas de Seul e o esforço para trazer de volta ativos estratégicos nucleares dos EUA. A "política hedionda de confronto" em relação ao Norte e os "atos bajuladores e traiçoeiros" estão levando a situação à beira de uma guerra, disse ele.

O gabinete de Seul expressou "profundo pesar" diante das falas classificadas de ameaçadoras, dizendo que a Coreia do Sul é capaz de responder "forte e efetivamente" às provocações. "Mais uma vez pedimos à Coreia do Norte que siga o caminho do diálogo para alcançar a desnuclearização e a paz", disse a porta-voz Kang In-sun.

Na visão de Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, a retórica de Kim exagera ameaças externas para justificar o regime de gastos militares em uma economia em dificuldades. "Os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte violam a lei internacional, mas Kim está tentando apresentar seu armamento desestabilizador como um esforço justo de autodefesa", diz.

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