Descrição de chapéu África terrorismo

Ataque terrorista em hotel na Somália termina com 21 mortos e 117 feridos

Al Shabab, grupo ligado a Al Qaeda, assume autoria da ação em local popular entre políticos e membros do governo

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Mogadício (Somália) | Reuters e AFP

Ao menos 21 pessoas foram mortas e 117 ficaram feridas em Mogadício, capital da Somália, após militantes ligados ao grupo terrorista Al Qaeda atacarem um hotel. O episódio terminou com os agressores mortos após forças de segurança bombardearem o prédio na noite do sábado (20), 30 horas depois do início do cerco.

Os criminosos abriram o caminho para o hotel Hayat na noite de sexta (19) com o uso de dois carros bomba. Um porta-voz da facção terrorista Al Shabab reivindicou a autoria da ação em pronunciamento a uma estação de rádio controlada pelo grupo.

Agentes de segurança patrulham área próxima ao hotel Hayat, alvo de explosões em Mogadício, capital da Somália
Agentes de segurança patrulham área próxima ao hotel Hayat, alvo de explosões em Mogadício, capital da Somália - Hassan Ali Elmi/AFP

Os atiradores mantiveram um número desconhecido de reféns no segundo andar do edifício e destruíram algumas das escadas do hotel para dificultar o acesso. Segundo as autoridades, vários desses reféns, inclusive crianças, foram libertados ao longo da operação.

O hotel, destruído após o bombardeio, terá suas ruínas examinadas em busca de possíveis explosivos, disse um oficial de segurança sob condição de anonimato.

O ataque iniciado na sexta é o primeiro de grandes proporções desde que o presidente Hassan Sheikh Mohamud reassumiu o poder, em maio. O Al Shabab tenta derrubar o governo somali há mais de dez anos, com planos de implementar um regime baseado numa interpretação radical das leis islâmicas.

O Hayat é um local popular entre congressistas e membros do governo e do Exército. Não há até agora informações se algum deles foi detido ou morto pelos terroristas. Dezenas de pessoas se concentraram nos arredores para tentar saber o que aconteceu com familiares ou amigos. "Buscávamos uma familiar que ficou no hotel. Confirmaram que ela está morta", disse Muudey Ali à AFP.

Tropas dos EUA voltaram ao país

A ação contra o Hayat também ocorre três dias depois de os Estados Unidos anunciarem a morte, em um ataque aéreo, de 13 milicianos do Al Shabab que lutavam contra as forças somalis em torno de Teedaan, cerca de 300 quilômetros ao norte de Mogadíscio e perto da fronteira com a Etiópia.

Na semana passada, militares dos EUA haviam relatado outra ação que matou quatro militantes do grupo na mesma região. O presidente Joe Biden decidiu em maio restaurar a presença militar americana na Somália, revertendo a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que havia ordenado a retirada das tropas.

Jihadistas realizaram ataques ao longo da fronteira entre a Etiópia e a Eritreia nas últimas semanas, levantando questões sobre uma possível mudança de estratégia.

Militantes do Al Shabab foram expulsos de Mogadíscio em 2011 por uma força da União Africana, mas ainda controlam grandes áreas do território e são capazes de agir com força contra alvos civis e militares.

O novo presidente da Somália disse no mês passado que os militantes não poderiam ser derrotados apenas com efetivo militar, mas afirmou que ainda não era hora de uma negociação.

No início deste mês, o primeiro-ministro da Somália, Hamza Abdi Barre, nomeou Muktar Robow, ex-líder e porta-voz do Al Shabab, como ministro da religião. Robow, 53, desertou das fileiras islâmicas em 2017 —o governo dos EUA havia estabelecido uma recompensa de US$ 5 milhões por sua cabeça.

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