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Ethiopian Airlines suspende pilotos que teriam dormido e perdido pouso

Tripulantes não responderam a chamados da torre de controle do aeroporto de Adis Abeba

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São Paulo

A companhia aérea Ethiopian Airlines suspendeu os pilotos de um voo que partiu do Sudão com destino à Etiópia na segunda-feira (15). Eles estão sendo investigados após a aeronave ter perdido temporariamente a comunicação com o controle de tráfego aéreo e ultrapassado a pista de pouso.

De acordo com o Aviation Herald, site que publica relatórios de incidentes de aviação comercial, os dois pilotos da aeronave dormiram durante o trajeto. Quando chegou perto do Aeroporto Internacional de Bole, em Adis Abeba, o Boeing 737-800 apenas sobrevoou a pista de pouso, seguindo rota inesperada.

Ao perceber o desvio, a torre de controle teria tentado entrar em contato com a tripulação diversas vezes, sem sucesso. A comunicação foi recuperada depois de cerca de 25 minutos, quando o piloto automático do avião deixou de operar, acionando um alarme.

Boeing 737 da Ethiopian Airlines no Aeroporto Internacional de Bole, em Adis Abeba, na Etiópia
Boeing 737 da Ethiopian Airlines no Aeroporto Internacional de Bole, em Adis Abeba, na Etiópia - Tiksa Negeri - 1º.fev.22/Reuters

Nos dados da ADS-B (Vigilância Dependente Automática por Radiodifusão, na sigla em inglês), é possível ver que a aeronave ultrapassa a pista do aeroporto e realiza uma nova manobra de aproximação após ter desviado da rota. O voo não perdeu altitude até iniciar o procedimento de descida para pousar.

A Ethiopian Airlines afirma que o avião pousou com segurança após restaurar comunicação. Segundo a companhia aérea, as ações cabíveis serão tomadas com base em investigações sobre o incidente. "Segurança sempre foi e continuará sendo nossa primeira prioridade", diz a empresa em nota.

Em março de 2019, um avião Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines caiu na Etiópia com 149 passageiros e oito tripulantes a bordo. A queda aconteceu seis minutos após a decolagem. O governo da Etiópia isentou os pilotos de culpa no acidente após investigações.

A fabricante americana de aviões Boeing reconheceu falhas no software do simulador de voo do modelo da aeronave envolvida na tragédia, o 737 MAX. Meses antes do acidente na Etiópia, um avião da Lion Air de mesmo modelo sofreu uma queda na Indonésia, deixando 189 mortos.

A análise da caixa-preta do acidente da Ethiopian Airlines mostrava "semelhanças claras" com a aeronave da Lion Air que caiu, segundo o Ministério de Transportes da Etiópia. A Boeing foi acusada de fraude por não ter fornecido todas as informações sobre o processo de aprovação do 737 MAX e concordou em pagar US$ 2,5 bilhões pelos acidentes. Antes de 2019, o último acidente da Ethiopian Airlines tinha sido em janeiro de 2010, quando um voo caiu no Líbano logo após a decolagem, com 90 passageiros a bordo.

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