Descrição de chapéu dinossauro

Seca no Texas revela pegadas de dinossauro em leito de rio nos EUA; veja fotos

Estiagem baixou nível de águas em sítio paleontológico; fenômeno se repete em outras partes do mundo

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Washington | AFP

Uma grave estiagem no sul dos Estados Unidos baixou o nível de um rio que corta o parque estadual do Vale dos Dinossauros, no Texas, deixando expostas pegadas de répteis que viveram há cerca de 113 milhões de anos na região.

A informação foi dada pela administração do local nesta terça-feira (23), com fotos publicadas nas redes sociais. "Trata-se de um dos mais longos conjuntos de pegadas de dinossauros do mundo", diz a postagem.

Stephanie Salinas Garcia, porta-voz do Departamento de Parques e Vida Silvestre do Texas, afirmou à agência AFP que as marcas só se tornaram visíveis devido à seca, que guarda relação direta com as mudanças climáticas.

Pegadas de dinossauro em leito de rio em parque no Texas, nos EUA, reveladas pela seca - Divulgação Parque do Vale dos Dinossauros - 23.ago.22/AFP

"Devido às condições de estiagem extrema no verão, o rio secou completamente em muitos locais, permitindo que mais trilhas fossem descobertas no parque", disse. "Em condições normais, essas novas trilhas estariam submersas e em geral preenchidas com sedimentos, fazendo com que não fossem visíveis mesmo embaixo d'água."

A maioria das pegadas recém-reveladas, segundo o parque, corresponderia a um exemplar de acrocantossauro adulto, de 6,3 toneladas e 4,5 metros de altura. O parque tem trilhas de pegadas de sauroposeidons, animais que pesavam até 44 toneladas e mediam até 18 metros.

A sudoeste de Dallas, uma das cidades mais importantes do Texas, o parque do Vale dos Dinossauros esteve, há milhões de anos, à beira de um oceano, e os animais deixaram suas pegadas na lama na época.

Em meio à emergência climática, secas extremas como a do Texas têm se repetido em outras partes —bem como o fenômeno de descobertas peculiares. Na China, na semana passada, o recuo no nível do rio Yangtze revelou uma ilha submersa na cidade de Chongqing, onde se descobriu um trio de estátuas budistas de 600 anos. Na Europa, navios militares da Alemanha nazista e bombas da Segunda Guerra vieram à tona nos rios Danúbio e Pó, respectivamente.

Os cientistas atribuem esses eventos climáticos extremos às mudanças climáticas causadas pelo homem. O verão no hemisfério Norte já fez também com que a Inglaterra visse termômetros passarem de 40°C pela primeira vez na história, que países como França, Portugal e Espanha sofrerem incêndios florestais e que o México vivesse, em dois terços dos municípios, escassez no fornecimento de água.

No Texas, a previsão para os próximos dias é de chuvas, que certamente voltarão a cobrir as pegadas. "Ainda assim, o parque continuará a proteger essas marcas de 113 milhões de anos, não só para essa geração", disse Garcia.

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