Liz Truss será 3ª mulher a governar Reino Unido; relembre Theresa May e Margaret Thatcher

Líderes são todas do Partido Conservador e ficaram marcadas por brexit e governo de 12 anos

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Madri

Liz Truss será a terceira mulher —e a terceira mulher do Partido Conservador— a assumir como primeira-ministra na história do Reino Unido.

Há pouco, entre 2016 e 2019, houve Theresa May, que terminou melancolicamente seu tempo na liderança em meio a brigas sobre os caminhos para o brexit. Já no século passado, a "dama de ferro" Margaret Thatcher fez um governo entre 1979 e 1990, abarcando todos os anos 1980.

O governo de May foi praticamente engolido pelas discussões da saída do Reino Unido da União Europeia. Ela assumiu três semanas depois do plebiscito que perguntava aos britânicos se eles gostariam de sair do bloco; depois de uma campanha extremamente disputada, o sim alcançou 51,89% dos votos, contra 48,11% que preferiam ficar.

A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, é aplaudida ao ser anunciada líder do Partido Conservador - Stefan Rousseau - 5.set.22/Pool/AFP

Foi essa a razão pela qual David Cameron renunciou —ele havia endossado o lado perdedor. Em 2019, após muitas negociações, May colocou em votação no Parlamento seu plano de saída. Na primeira apresentação, ela perdeu por 230 votos (432 contra e 202 a favor), considerada a maior derrota imposta a um governante na história do Reino Unido.

Em 12 de março, ela reapresentou o acordo e perdeu novamente, desta vez por 149 votos (391 contra e 242 a favor). Duas semanas depois, tentou e sofreu nova derrota, então mais apertada, por 58 votos (344 a 286).

May havia dito, dias antes da última tentativa, que ela provavelmente "não iria liderar o Reino Unido nos próximos passos das negociações do brexit". Após a terceira negativa, entretanto, ela não renunciou. O líder trabalhista na ocasião, Jeremy Corbyn, afirmou que, se ela não tivesse alternativas ao acordo, ela deveria "sair não em uma data indeterminada do futuro, mas agora."

A renúncia, no entanto, só veio a acontecer quase três meses depois, em junho de 2019.

Voltando no tempo, chega-se a Margaret Thatcher (1925-2003), que foi não só a primeira mulher a ocupar o cargo, mas também a pessoa que liderou por mais tempo o Reino Unido no século passado.

A "dama de ferro", conforme um jornalista a apelidou, formou-se em química, mas logo se enveredou pela advocacia e pela política. Eleita, introduziu políticas econômicas para tentar reverter a alta inflação, que chegou a orbitar os 13% ao ano, e o que ficou conhecido como "inverno do descontentamento", com grandes greves parando o Reino Unido.

Thatcher facilitou as regras para investidores no setor financeiro, privatizou empresas estatais e reduziu o poder dos sindicatos. Reverteu sua queda de popularidade à medida que a economia se recuperava e ao vencer a Argentina ditatorial na guerra pelas ilhas Falkland (Malvinas, para Buenos Aires) em 1982.

Em 1984, ela sobreviveu a uma bomba-relógio instalada cinco andares acima de sua suíte no Grand Hotel, em Brighton. O arteafato havia sido colocado por um membro do IRA, organização terrorista que lutava contra a influência britânica na Irlanda. O banheiro da suíte ficou destruído, mas Thatcher estava em outro aposento.

Reeleita duas vezes, ela perdeu apoio ao olhar com ceticismo as conversações da futura União Europeia, que acabaria se concretizando em 1992. Como Theresa May e recentemente Boris Johnson, ela renunciou.

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