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Papa Francisco reza pelo Brasil e pede fim do ódio a 4 dias do 2º turno

Pontífice roga a Nossa Senhora Aparecida que cuide do povo brasileiro contra intolerância e violência

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São Paulo

O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (26) que reza para que a população brasileira fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

A fala se deu durante a audiência-geral que o religioso celebra toda semana na praça São Pedro, no Vaticano, e foi noticiada pelo Vatican News, portal de notícias da Santa Sé, que disse ainda que o pontífice saudou os peregrinos de língua portuguesa.

Papa Francisco acena durante audiência semanal no Vaticano - Remo Casilli - 26.out.22/Reuters

O posicionamento ganha peso por ser feito quatro dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, marcado para este domingo (30) —e duas semanas depois de militantes bolsonaristas causarem tumulto no santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, no dia nacional de sua celebração.

Na ocasião, uma multidão enfurecida cercou um jovem que vestia camiseta vermelha aos gritos de "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão" e "a nossa bandeira jamais será vermelha". Uma comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) visitava o local na mesma data.

A santa, aliás, foi citada pelo pontífice em sua fala desta quarta: "Rezo para que Nossa Senhora Aparecida proteja e cuide do povo brasileiro", disse ele.

Uma pesquisa recente do Datafolha mostrou que quase metade (49%) dos eleitores dá muita importância à religião ou fé do candidato na hora de decidir o voto. Esse fator pesa mais entre quem escolhe Bolsonaro em comparação aos que votam no ex-presidente Lula (PT).

O Datafolha pediu aos entrevistados que apontassem, em uma escala de 1 a 5, a relevância da religiosidade na decisão do voto no segundo turno da eleição presidencial. Entre eleitores de Bolsonaro, a média das respostas foi 4,2. No grupo dos eleitores de Lula, o índice foi 3,3.

A religiosidade novamente tem sido um dos principais assuntos desta eleição, trazida principalmente pelo atual presidente, que tem o apoio de grandes denominações evangélicas. Os evangélicos somam 27% da amostra de eleitores. Lula, que tem a preferência os católicos, acusou o rival de tentar "tirar proveito eleitoral da religião" e de usar "o nome de Deus em vão".

O petista, mais votado no primeiro turno e líder nas intenções de voto, tem rebatido o adversário afirmando também que garantiu a liberdade religiosa em lei em seu governo (2003-10) e que "cada um pode professar a religião que quiser".

O líder da Igreja Católica ainda mencionou nesta quarta-feira a beatificação de Benigna Cardoso da Silva, no Crato (CE), no início da semana. A menina de 13 anos foi morta durante uma tentativa de estupro, em 1941. O papa a descreveu como "uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade".

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