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Rússia acusa EUA de militarizarem Ásia-Pacífico para conter China

Biden diz querer manter 'linhas de comunicação abertas' com Pequim durante encontro sobre Sudeste Asiático

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Phnom Penh (Camboja) | Reuters e AFP

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, acusou neste domingo (13) os Estados Unidos de tentarem militarizar a região da Ásia-Pacífico como forma de conter a influência da China e limitar os interesses de Moscou. "Os EUA e seus aliados, como a Otan, querem conquistar a região", disse o decano diplomata.

Lavrov falou a repórteres no aeroporto de Phnom Penh, capital do Camboja, onde esteve para participar como convidado de um encontro da Asean, a Associação dos Países do Sudeste Asiático. China e EUA disputam influência econômica e militar na região, e representantes dos dois países também estiveram presentes no encontro.

Serguei Lavrov, chanceler da Rússia, chega em aeroporto de Bali, na Indonésia, para a cúpula do G20 - Sonny Tumbelaka - 13.nov.22/Pool/AFP

Dali, muitos dos líderes dirigem-se para Bali, na Indonésia, onde ocorre a reunião do G20. O presidente americano, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, têm um encontro paralelo marcado para esta segunda-feira (14), o primeiro presencial entre os dois desde que o democrata assumiu a Casa Branca.

Biden voltou a falar neste domingo sobre a disputa com a China. A líderes do Sudeste Asiático afirmou que Washington seguirá denunciando violações de direitos humanos cometidas por Pequim, mas também pediu que haja paz em Taiwan, ilha que a China considera uma província rebelde, e garantias de navegação no mar do Sul da China.

"Os EUA vão competir de maneira vigorosa, mas mantendo linhas de comunicação abertas e garantindo que a concorrência não se transforme em um conflito", disse a Casa Branca.

Outros recados a Pequim vieram do premiê do Japão, Fumio Kishida, que também compareceu ao encontro da Asean. De acordo com a chancelaria japonesa, ele disse aos presentes que ações recentes de Pequim violam a soberania de seu país.

"Houve contínuas e crescentes ações de Pequim no mar da China Oriental que violam nossa soberania, e a China continua colocando em prática medidas que aumentam a tensão regional no mar do Sul da China", afirmou Kishida, segundo o comunicado da diplomacia.

Ele também teria salientado preocupação com uma minoria muçulmana majoritariamente concentrada na região chinesa de Xinjiang, na porção oeste do país. Recente relatório da ONU apontou que a China poderia estar cometendo crimes contra a humanidade com os uigures.

Denúncias internacionais dão conta de que o regime comunista de partido único promove encarceramento em massa de uigures e busca suprimir seus hábitos e sua cultura. Pequim nega as acusações, que dificilmente são levadas a fóruns internacionais devido à influência chinesa e de aliados como os russos.

A despeito das acusações de Kishida, o primeiro-ministro teve um encontro paralelo com seu homólogo chinês, Li Keqiang, no Camboja. Li teria dito que a China está comprometida a fortalecer laços políticos, econômicos e comerciais com o Japão, segundo o jornal honconguês South China Morning Post.

Outro tema que permeou as discussões na capital cambojana foram os recentes lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte. Em mensagens para Pequim, EUA, Coreia do Sul e Japão buscaram mobilizar os interesses de segurança nacional da China para que a potência asiática busque conter a escalada promovida pelo ditador Kim Jong-un.

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