Milão relata 50% dos viajantes de voos da China com Covid, e Itália passa a exigir teste

País asiático enfrenta alta no número de contaminados em meio ao relaxamento da Covid zero

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São Paulo

A Itália anunciou nesta quarta (28) que passará a exigir um teste para Covid-19 com resultado negativo de todos os passageiros que vêm da China, país que enfrenta alta explosiva no número de contaminados.

A decisão foi tomada após autoridades em Milão relatarem que quase metade dos viajantes em dois voos que partiram do gigante asiático estava contaminada. De acordo com o Ministério da Saúde italiano, especialistas estão analisando os testes feitos em Milão para identificar eventuais novas variantes.

Se uma nova cepa for encontrada, as autoridades, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, podem impor restrições ainda mais rígidas aos viajantes que chegam da China.

Viajantes caminham no aeroporto internacional de Pequim
Viajantes caminham no aeroporto internacional de Pequim - Tingshu Wang - 27.dez.22/Reuters

Em meio ao relaxamento da estrita política para a contenção da pandemia conhecida como Covid zero, a China lida com uma alta expressiva no número de casos. Farmácias sofrem com a falta de remédios, e médicos afirmam que hospitais estão sobrecarregados, com até seis vezes mais pacientes que o normal.

Paralelamente, a Comissão Nacional de Saúde da China anunciou no domingo (25) que não divulgará mais dados diários de casos e mortes por Covid, como fazia desde o início de 2020. Segundo a comissão, o rastreamento de novos casos se tornara impossível desde a flexibilização das medidas de controle.

Nesta quarta, estava prevista uma nova reunião com a presença de integrantes do governo italiano e autoridades da saúde, incluindo o ministro da pasta, Orazio Schillaci, que deveria apresentar novas informações sobre os testes feitos em Milão. A maioria dos passageiros contaminados não apresentava sintomas, mas a mídia local tem relatado grande preocupação de especialistas quanto à possibilidade da disseminação de uma nova variante. Os voos partiram da capital chinesa, Pequim, e de Xangai.

A Itália foi o primeiro país europeu a ser duramente atingido pela Covid, no início de 2020. Mais de 183 mil pessoas morreram no país em decorrência da doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

O caso em Milão repercute em outros países europeus. Na Alemanha, Sebastian Guelde, porta-voz do ministro da Saúde, afirmou que as autoridades acompanham o assunto de perto. "Não temos indicação de que uma mutação mais perigosa se desenvolveu na China, o que resultaria em restrições de viagem."

Em mais uma medida contundente para afrouxar as restrições impostas para conter a Covid, a China anunciou nesta terça (27) a retomada da emissão de passaportes a cidadãos que queiram viajar a turismo para o exterior. A decisão pode enviar milhões de turistas chineses para outras nações asiáticas e europeias durante o Ano-Novo Lunar, que começa no próximo dia 22 —o feriado, geralmente, é o mais movimentado do país; neste ano, por exemplo, a China registrou 1,2 bilhão de viagens durante o festival.

A mudança no curso da política de Covid zero na China que incluía práticas como confinamentos em larga escala e internação sistemática de pessoas contaminadas vem na esteira de uma série de mobilizações populares realizadas nas principais cidades e universidades do país no final de novembro.

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