Descrição de chapéu Governo Biden

Biden exalta resistência a invasão do Capitólio e lembra de ataque como período sombrio

Presidente comanda cerimônia para lembrar 2 anos de atentado e homenageia agentes de segurança

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São Paulo

No dia que marca o segundo ano da invasão do Congresso dos EUA, o presidente Joe Biden comandou nesta sexta-feira (6) uma cerimônia em homenagem aos agentes de segurança que resistiram à turba inflamada por Donald Trump na tentativa de impedir a confirmação da vitória do democrata em 2020.

Receberam as honras funcionários "que não vacilaram", nas palavras do democrata, no episódio apontado por ele como um dos mais sombrios da história do país.

Na Casa Branca, o americano exaltou policiais feridos e familiares de agentes mortos após a invasão. Também alertou para o risco de ações extremistas nos EUA, que ainda vê como "muito real". Os homenageados receberam a Medalha de Cidadão Presidencial, classificada por ele como uma das maiores honras civis do país.

O presidente Joe Biden entrega medalha aos pais de policial morto após invasão do Congresso dos EUA
O presidente Joe Biden entrega medalha aos pais de policial morto após invasão do Congresso dos EUA - Mandel Ngan/AFP

No total foram entregues 14 medalhas. Os homenageados, segundo Biden, tiveram atos exemplares e heroicos, que serão recordados pelas próximas gerações. "A história se lembrará de seus nomes, sua coragem e bravura. Também de seu extraordinário compromisso com os compatriotas."

Dois anos após o episódio que representa um dos maiores ataques de todos os tempos à democracia dos EUA, o FBI prendeu mais de 950 pessoas —a investigação é considerada a maior da história do órgão. Parte dos invasores responde criminalmente por agressão a agentes de segurança, um dos quais morreu no dia seguinte, após dois derrames; outros quatro se suicidaram depois.

Os policiais Howard Liebengood e Jeffrey Smith, que tiraram suas vidas após a invasão, foram incluídos nesta sexta pela Casa Branca na lista dos homenageados.

"Mais de 140 policiais sofreram ferimentos físicos naquele dia. Alguns ainda lidam com abalos psicológicos. Outros se foram para sempre", disse Biden. Além das agressões, o presidente lembrou que uma "multidão violenta" desrespeitou a lei vandalizando salões nobres do Congresso para tentar "derrubar a vontade dos eleitores e usurpar a transferência pacífica de poder".

"Foi tudo alimentado por mentiras sobre a eleição de 2020, mas neste dia, dois anos atrás, nossa democracia resistiu porque nós, o povo, não vacilamos", disse Biden.

Autoridades eleitorais e funcionários públicos também foram lembrados. Biden enalteceu os esforços do chefe eleitoral do Arizona, Rusty Bowers, e da secretária de Estado de Michigan, Jocelyn Benson, que resistiram à pressões para reverter os resultados da votação em seus estados.

Foram mencionados também pelo presidente o policial do Capitólio Eugene Goodman, que distraiu a multidão e arriscou a própria vida para proteger senadores, e a mesária Ruby Freeman, da Geórgia, acusada sem provas por trumpistas de acrescentar votos para o democrata na contagem de seu estado.

"Há dois anos, nossa democracia foi atacada. Não há outra maneira de dizer isso", reforçou Biden ao abrir o discurso. "O Capitólio dos EUA foi violado, o que nunca tinha acontecido antes na história dos EUA, mesmo durante a Guerra Civil."

Biden não mencionou em seu discurso o impasse protagonizado pelo Partido Republicano na Câmara dos Representantes. Nesta sexta, a legenda ainda não havia chegado a um consenso para eleger o presidente da Casa depois de 13 rodadas de votação, já no quarto dia de debates.

O deputado republicano da Califórnia Kevin McCarthy, principal nome da Casa, enfrenta forte oposição da ala ultradireitista do partido. Parte do grupo radical ainda hoje ecoa a tese falsa repetida por Donald Trump de que houve fraude na eleição de 2020. No mês passado, um comitê da Câmara que apurava o ataque pediu o indiciamento do ex-presidente republicano por crimes como conspiração e incitação a insurreição, em investigação histórica que gerou um relatório de mais de 800 páginas.

O impasse histórico, o pior desde 1859, eclipsou o dia de lembrança da invasão no próprio Congresso. No primeiro aniversário, em 2022, Biden foi ao Capitólio e discursou, com ataques ao antecessor. Neste ano, porém, a cerimônia foi limitada, com um minuto de silêncio em homenagem aos policiais mortos.

Com Reuters

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