Descrição de chapéu Governo Biden

Biden se diz surpreso com caso de documentos sigilosos, e Casa Branca reitera colaboração

Democrata afirma desconhecer conteúdo do material; governo aponta diferenças com investigação contra Trump

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São Paulo

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta terça (10) ter ficado surpreso com a descoberta, em um escritório particular, de documentos sigilosos do período em que foi vice de Barack Obama (2009-2017).

O democrata, que afirmou desconhecer o conteúdo dos arquivos, reiterou sua colaboração para o esclarecimento do caso. "Estamos cooperando totalmente com a análise, que espero que seja concluída em breve", disse ele no México, onde participa da Cúpula da América do Norte, com a participação de seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e do premiê canadense, Justin Trudeau.

O presidente Joe Biden em pronunciamento na Cidade do México
O presidente Joe Biden em pronunciamento na Cidade do México - Henry Romero/Reuters

Biden se pronunciou um dia depois de seus advogados revelarem a descoberta de documentos confidenciais em uma sala do Centro Penn Biden, em Washington. O espaço foi usado com frequência pelo democrata de 2017 até o início de sua campanha presidencial, em 2020.

O caso tem valor político porque o ex-presidente Donald Trump é investigado por ter guardado materiais sigilosos do governo americano em uma de suas propriedades, na Flórida. No ano passado, agentes do FBI, a polícia federal americana, fizeram uma operação para recuperar os papéis, numa ação sem precedentes na história recente dos EUA contra um ex-presidente do país.

A Casa Branca tem defendido que os casos são diferentes —a descoberta dos documentos que pertenceriam a Biden não se deveu a nenhuma solicitação anterior e não houve qualquer resistência para recuperar os documentos confidenciais, diferentemente do que ocorreu com o ex-presidente.

Biden, que já chamou Trump de irresponsável por ter mantido documentos secretos em sua casa no resort Mar-a-Lago, afirmou nesta terça que considera os novos achados um assunto sério. Ao mesmo tempo, buscou se dissociar do caso ao levantar a hipótese de que outra pessoa tenha levado os papéis para fora da Casa Branca sem o seu conhecimento.

"Fiquei surpreso ao saber que existem registros do governo que foram levados a esse escritório. Não sei o que há nos documentos", disse o democrata. O caso está sob análise do Departamento de Justiça e ainda não se sabe por que os papéis não estavam guardados nos Arquivos Nacionais, como manda a legislação.

Mike Turner, principal republicano no Comitê de Inteligência da Câmara, ecoou os pedidos de Trump para que as autoridades investiguem o democrata. O deputado enviou uma carta à diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Avril Haines, solicitando "revisão imediata e avaliação de danos" do caso de Biden.

"A descoberta de informações confidenciais coloca o presidente em potencial violação das leis que protegem a segurança nacional, incluindo a Lei de Espionagem e a Lei de Registros Presidenciais", disse.

Em fevereiro, o Arquivo Nacional da Casa Branca teve de buscar na casa de Trump 15 caixas de documentos que haviam sido retiradas indevidamente da sede do Executivo americano. Elas continham correspondências trocadas com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, entre outros papéis.

Depois, em agosto, autoridades entraram na casa do republicano em Mar-a-Lago e apreenderam mais 20 caixas de documentos, com uma série deles marcados como sigilosos, além de fotos e anotações.

Entre os possíveis crimes pelos quais o republicano é investigado nesse caso estão violações na lei de espionagem, obstrução de Justiça e destruição de documentos oficiais. No documento em que pedem autorização para a operação de busca os procuradores afirmam que há "provavelmente motivos para acreditar que serão encontradas evidências de obstrução" na casa de Trump.

Em relação aos encontros na Cúpula da América do Norte, Biden, Trudeu e AMLO, como o presidente mexicano é conhecido, firmaram uma série de acordos, que incluem o desenvolvimento da indústria de semicondutores e a redução de 15% das emissões de metano até 2030. A imigração, tema discutido na véspera, voltou a entrar em pauta. AMLO disse ter pedido a Biden que aumente a pressão sobre o Congresso para que seja aprovada uma reforma que busque regularizar a situação de mexicanos nos EUA.

Com Reuters e AFP

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