Descrição de chapéu mudança climática

Série de tornados deixa ao menos 9 mortos nos EUA, e Alabama fala em novas vítimas

Estado declara estado de emergência em 6 condados; tempestades se estenderam do Mississipi à Geórgia

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São Paulo

Pelo menos nove pessoas morreram em decorrência do impacto de tornados que atingiram o sudeste dos Estados Unidos nos últimos dias, destruindo casas e deixando dezenas de milhares sem energia elétrica. As tempestades se estenderam do Mississipi à Geórgia.

O estado do Alabama foi o mais atingido e registra o maior número de vítimas —sete confirmadas até o final da tarde desta sexta-feira (13). Buster Barber, legista do condado de Autauga, disse que a cifra de mortos ainda deve aumentar. "Há corpos sendo encontrados enquanto conversamos", disse, em entrevista à agência Reuters.

Nesta sexta, equipes de resgate se dedicavam a tentar encontrar uma série de pessoas desaparecidas na região, pela qual passaram ao menos cinco tornados. Um deles, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, percorreu quase 250 km.

Homem vasculha os escombros de sua casa em Akron, no Alabama, destruída após ser atingida por uma árvore em meio a tornados - Gary Cosby Jr. - 12.jan.23/USA Today/Reuters

No mesmo estado, a tempestade causou danos generalizados em Selma, cidade histórica para o movimento pelos direitos civis na década de 1960. Um dos tornados arrancou telhados, destruiu lojas e casa, arrancou árvores pelas raízes e espalhou destroços pela região.

A administração municipal pediu aos moradores para que fiquem longe de linhas de energia danificadas e que evitem deslocamentos.

A governadora do Alabama, Kay Ivey, do Partido Republicano, decretou estado de emergência em seis condados, incluindo Autauga. Neste, o diretor do serviço de emergências disse que escolas foram responsáveis por salvar dezenas de vidas, por terem proibido estudantes de voltarem para casa mais cedo em meio ao clima extremo.

Ray Hogg, morador da região, foi deslocado para um abrigo dentro de um clube de campo. "Era possível ouvir barulho de vidro quebrando por todos os lados", afirmou à Reuters. "Podíamos ouvir o som do telhado literalmente sendo arrancado bem em cima das nossas cabeças."

No sudeste do estado, três vagões de um trem de carga foram arrancados dos trilhos. O acidente chegou a bloquear o trânsito, mas não deixou feridos.

Na Geórgia, o governador Brian Kemp confirmou a morte de duas pessoas. A queda de uma árvore sobre um carro matou uma criança de cinco anos e deixou um adulto em situação grave. Um agente que participava de operações de resgate foi a outra vítima. "Toda a nossa família está desolada com essa tragédia", tuitou Kemp.

Do outro lado do país, na costa oeste, autoridades da Califórnia manifestaram preocupação com a possibilidade de novas "enchentes catastróficas" neste fim de semana. O estado é atingido por tempestades prolongadas que provocaram ainda falta de energia e deslizamentos de terra —ao menos 19 pessoas morreram nas últimas semanas. O Serviço Meteorológico dos EUA alertou nesta sexta que chuvas fortes estão previstas para os próximos dias.

Para especialistas, tornados e tempestades como os que atingem o sudeste dos EUA e a Califórnia nesta época do ano têm relação com o agravamento da crise climática —que multiplica a ocorrência de eventos extremos, nos EUA e em outras partes do planeta.

Em outubro do ano passado, o furacão Ian deixou mais de cem mortos na Flórida e nas Carolinas. Na época, várias estradas foram inundadas e bloqueadas por árvores caídas e mais de 700 mil empresas e residências ficaram sem energia apenas na Flórida. O número de pessoas sem eletricidade passou de 2 milhões de clientes na primeira noite da tempestade no estado.

As seguradoras se preparavam para gastar entre US$ 28 bilhões (R$ 151 bilhões) e US$ 47 bilhões (R$ 254 bilhões) em sinistros do que poderia ser a tempestade mais cara na Flórida desde o furacão Andrew em 1992.

Em dezembro de 2021, tornados que atingiram seis estados, sendo o Kentucky o mais impactado, deixaram mais de 90 mortos. Na época, o presidente Joe Biden afirmou que iria pedir à Agência de Proteção Ambiental que examinasse a relação entre os fenômenos e a mudança climática.

Com AFP e Reuters

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