A recente crise diplomática aberta entre Estados Unidos e China devido ao episódio do suposto balão espião de alta altitude levou Washington a rever seu próprio sistema de defesa.
No fim de semana, o Norad, sigla em inglês para Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, informou ter ajustado seu programa de radares para torná-lo mais sensível a objetos menores, mais lentos e distintos de aviões e mísseis que preocupam o Pentágono.
Assim, o número de objetos detectados —e, por vezes, abatidos— saltou. Em apenas dez dias, quatro objetos foram localizados e derrubados pelos EUA, o último deles neste domingo (12), quando outro objeto voador não identificado foi destruído ao sobrevoar o Lago Huron, na fronteira com o Canadá.
"Analisamos mais de perto nosso espaço aéreo nessas altitudes e aprimoramos nosso radar, o que pode explicar, em partes, o aumento no número de objetos que identificamos na semana passada", disse a secretária-adjunta para assuntos de segurança das Américas, Melissa Dalton.
Segundo o general Glen VanHerck, líder do Norad, os balões —que os EUA dizem ser instrumentos de espionagem, e a China alega serem artefatos de pesquisa meteorológica— são difíceis de detectar pelo tamanho e pela forma. "São objetos muito, muito pequenos que produzem um movimento muito baixo."
A detecção do primeiro balão de Pequim, na primeira semana do mês, fez com que políticos americanos criticassem o sistema de defesa antiaérea do país. O Pentágono havia dito que, nos últimos anos, quatro balões semelhantes haviam sido identificados sobrevoando o país.
As alterações, porém, já abrem outro desafio para o Norad. Com um volume muito maior de procura, o órgão agora precisa entender quais sinalizações de seu radar são um mero ruído e quais são potenciais ameaças que valem a pena serem perseguidas pelo sistema e, se for o caso, derrubadas.
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