Descrição de chapéu Governo Biden

EUA derrubam terceiro objeto voador não identificado em três dias

Pentágono afirma que artefato sobrevoou locais militares e possui potenciais capacidades de monitoramento

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Washington | Reuters

Os EUA abateram neste domingo (12) o terceiro objeto voador não identificado em três dias. Desta vez, o artefato sobrevoava o Lago Huron, na fronteira com o Canadá. O item, que segundo uma autoridade americana tinha uma estrutura octogonal, foi visto pela primeira vez no estado de Montana, no sábado.

O episódio faz parte de uma saga que começou no início do mês, quando um balão chinês foi visto no céu de Billings, em Montana, onde há uma base militar com silos de mísseis balísticos intercontinentais.

Washington sustenta que o balão foi enviado pela China para espionagem. Já Pequim diz que se tratava de um instrumento de monitoramento para fins meteorológicos. Agora, o Pentágono afirma que o artefato derrubado neste domingo passou por locais militares e tinha potenciais capacidades de monitoramento.

"Avaliamos que representava um risco à segurança de voos e uma ameaça devido às suas potenciais capacidades de monitoramento. Nossa equipe agora trabalhará para recuperar o objeto em um esforço para descobrir mais", afirmou o Departamento de Defesa dos EUA.

Marinha americana recupera destroços do balão chinês que sobrevoava os Estados Unidos e foi derrubado no último dia 4 - 5.fev.23/Marinha dos Estados Unidos via Reuters

A tensão levou EUA e Canadá a entrarem em alerta máximo para invasões aéreas. Em 24 horas, as autoridades americanas fecharam duas vezes o espaço aéreo, e os canadenses tomaram a mesma medida neste domingo em Ontário, perto da fronteira. Na sexta (10), um segundo objeto de alta altitude que sobrevoava o território americano já havia sido derrubado. O item, que passava pelo estado do Alasca, segundo Washington, foi detectado na quinta e voava a 12 km de altitude, trazendo riscos à aviação civil.

No sábado, um outro artefato foi abatido, dessa vez em um esforço conjunto. EUA e Canadá derrubaram o objeto que sobrevoava Yukon, no norte do país. Neste domingo, o premiê canadense, Justin Trudeau, disse a repórteres que equipes de resgate estavam no local para encontrar e analisar o item. "A segurança dos cidadãos é a nossa principal prioridade e por isso tomei a decisão de abater esse objeto", afirmou ele.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que os objetos não se parecem com o balão chinês derrubado no início do mês e se recusou a caracterizá-los até que os destroços sejam recuperados. O Canadá deve enfrentar desafios para recuperar os restos do artefato, que estão em um território pouco povoado no extremo noroeste do país, na fronteira com o Alasca. Pesam a favor da equipe de resgate as temperaturas excepcionalmente amenas para esta época do ano na região.

Também neste domingo, um objeto voador não identificado foi detectado perto de Qingdao, no norte da China, segundo o jornal The Paper, de Xangai. As autoridades estão em vias de derrubá-lo, segundo o diário. O Departamento de Desenvolvimento Marinho da cidade enviou um alerta aos barcos de pesca da região para que evitem riscos, de acordo com a publicação, que não disse quando o item foi avistado.

Os casos recentes contribuíram para deteriorar as relações sino-americanas e para o adiamento de uma visita do responsável pela diplomacia americana, o secretário Antony Blinken, à China. Pesa também a expansão da presença militar dos Estados Unidos no Sudeste Asiático, que acontece de forma paralela às ameaças da China contra Taiwan, ilha que Pequim considera uma província rebelde.

Na última quinta-feira, o governo da China classificou de "totalmente irresponsáveis" as falas de Biden sobre o líder chinês, Xi Jinping. "Você consegue pensar em algum outro líder mundial que trocaria de lugar com Xi Jinping? Não é uma brincadeira. Não consigo pensar em nenhum", disse o presidente americano em entrevista ao programa PBS NewsHour. "Esse homem tem problemas enormes. Também tem muito potencial, mas, até agora, sua economia não está funcionando muito bem."

No mesmo dia, a China disse ter recusado um telefonema do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Ele queria falar com seu homólogo chinês, Wei Fenghe, após o primeiro balão ser derrubado. Pequim justificou a decisão dizendo que a medida foi irresponsável e não criou um clima "propício ao diálogo".

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