Descrição de chapéu China Governo Biden

EUA planejam quadruplicar presença militar em Taiwan para conter China

Plano tem como objetivo treinar soldados da ilha contra eventual invasão de forças chinesas

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São Paulo

Diante do aumento da tensão com a China, os EUA planejam aumentar em mais de quatro vezes o número de tropas em Taiwan para reforçar o treinamento de militares da ilha considerada rebelde por Pequim.

Washington pretende enviar de 100 a 200 soldados para o território asiático nos próximos meses, segundo o Wall Street Journal. Há um ano, aproximadamente 30 militares americanos atuavam na ilha.

Militares de Taiwan fazem treinamento em base militar na cidade de Chiayi
Militares de Taiwan fazem treinamento em base militar na cidade de Chiayi - Sam Yeh - 6.jan.23/AFP

O plano faz parte de um esforço crescente dos EUA para Taiwan se preparar contra uma eventual invasão chinesa, segundo autoridades americanas sob a condição de anonimato. Pequim considera a ilha parte inalienável de seu território e frequentemente ameaça anexá-la com o uso da força, se necessário.

Na terça (21), Taiwan anunciou a pretensão de fortalecer a cooperação militar com os EUA e outras nações aliadas para confrontar o que chama de "expansionismo autoritário" da China. A declaração foi dada pela presidente da ilha, Tsai Ing-wen, que não detalhou o tipo de intercâmbio militar a que se referia.

A expansão da presença militar americana em Taiwan vem sendo arquitetada há meses, mas o plano passou a ser priorizado nos últimos dias após o início de uma nova crise diplomática entre EUA e China desencadeada pela descoberta de um balão chinês sobrevoando o território americano.

O objeto foi derrubado por um caça no início do mês, em ação considerada exagerada por Pequim. Washington afirma que o objeto era um instrumento de espionagem, enquanto Pequim diz que o artefato era um equipamento de pesquisas, sobretudo meteorológicas.

À agência de notícias Reuters o Pentágono não confirmou a intenção de expandir o número de militares em Taiwan, mas reiterou o apoio à ilha com críticas a Pequim. "Não temos comentários sobre operações, engajamentos ou treinamentos específicos, mas nosso apoio e relacionamento de defesa com Taiwan segue alinhado contra a atual ameaça representada pela República Popular da China", afirmou a pasta.

Já o regime chinês não esconde o incômodo com o aumento de parcerias entre EUA e Taiwan, acusando Washington de minar seu compromisso de manter relações não oficiais com Taipé.

Como a maior parte da comunidade internacional, Washington não mantém laços diplomáticos formais com o território. A ilha viveu sob influência chinesa até 1949, quando os nacionalistas derrotados pelos comunistas durante a guerra civil no país fugiram para lá, forjando um governo capitalista.

Ainda assim, os americanos continuam sendo o maior aliado estrangeiro de Taiwan —além de principal fornecedor de armas. As duas administrações se aproximam cada vez mais nos últimos anos, quando o regime chinês aumentou a pressão sobre a ilha para aceitar o domínio da parte continental do país.

O elo com Washington é uma fonte de tensão nas relações sino-americanas —já bem abaladas por fatores que vão do cerco dos EUA a empresas chinesas à expansão militar americana no Sudeste Asiático.

As rusgas se intensificaram com a visita da democrata Nancy Pelosi, então presidente da Câmara e mais alta autoridade do país a viajar à ilha em 25 anos, em agosto passado. A China respondeu à passagem da deputada realizando o seu maior exercício militar no estreito que a separa de Taiwan. Desde então, a ditadura tem mantido atividades militares quase diárias ao redor da ilha.

Outro fator que evidenciou o distanciamento entre Washington e Pequim foi a visita do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, ao presidente russo, Vladimir Putin. Depois do encontro, o líder do Kremlin afirmou que o elo com a China estava "alcançando novos horizontes".

Com Reuters

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