O ex-presidente peruano Alejandro Toledo se entregou a autoridades americanas nesta sexta-feira (21), um dia depois de o pedido para bloquear seu processo de extradição para o Peru ter sido negado.
Toledo, presidente de 2001 a 2006, é procurado por acusações de ter recebido mais de US$ 25 milhões (cerca de R$ 126,2 milhões) da construtora brasileira Odebrecht em troca de ajuda para conseguir contratos de obras públicas. Os promotores pedem uma sentença de 20 anos de prisão para o caso.
Um juiz federal em Washington negou na quinta-feira (20) o pedido de Toledo para impedir seu processo de extradição. O ex-presidente, de 77 anos, entregou-se então a um tribunal federal em San José, na Califórnia, no dia seguinte. O processo de extradição pode ser concluído em menos de uma semana.
Segundo o jornal El Comercio, o peruano estava em prisão domiciliar na cidade de Menlo Park, e seu estado de saúde, de acordo com a publicação, era o argumento usado na tentativa de paralisar o processo de extradição. Toledo, que sempre negou as acusações, já havia recebido outras negativas do tipo.
O Peru tenta desde 2018 extraditar o político, que morava nos EUA e trabalhou como professor visitante da Universidade Stanford. Ele foi preso em 2019 e, no ano seguinte, colocado em prisão domiciliar.
Em fevereiro deste ano, o Departamento de Estado dos EUA já havia autorizado a extradição do ex-presidente. Toledo é acusado de ter recebido propina em troca da outorga da licitação da rodovia Interoceânica, que liga o Peru ao Brasil, em um caso relacionado à Operação Lava Jato. Também recaem sobre ele suspeitas de tráfico de influência, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O Peru é um dos países mais afetados pelo escândalo de corrupção da Odebrecht. A empresa admitiu, como parte de um acordo de colaboração com o Departamento de Justiça dos EUA, o pagamento de quase US$ 800 milhões em subornos a governos da América Latina.
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