Descrição de chapéu União Europeia

Polícia da Hungria encontra 17 migrantes abarrotados em caminhão sem ventilação

Grupo que reunia cidadãos do Egito e da Líbia foi atendido por ambulâncias; contrabandista foi detido

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Budapeste | Reuters

Policiais da Hungria encontraram 17 migrantes em um espaço sem ventilação adequada ao pararem um caminhão em Kistelek, perto da fronteira sul do país, após serem alertados por autoridades da Romênia.

Os migrantes, quase todos do Egito, com exceção de um da Líbia, necessitavam de cuidados imediatos, segundo a polícia, que enviou ambulâncias —o contrabandista, um cidadão da Turquia, também foi detido. Milhares de pessoas do Oriente Médio, da África e da Ásia tentam chegar à Europa pelos Balcãs.

Cerca de arame farpado na fronteira entre a Hungria e a Sérvia perto do vilarejo húngaro de Roszke - Bernadett Szabo - 3.fev.22/Reuters


De acordo com a agência europeia Frontex, a rota foi inclusive a mais popular entre migrantes em situação irregular que tentaram entrar na União Europeia em 2022. Relatório da entidade publicado em janeiro indica que 45% deles fizeram o percurso, que registrou um aumento de fluxo de 136% ante 2021.

Em fevereiro, 18 migrantes do Afeganistão foram encontrados mortos em um caminhão abandonado em uma rodovia perto de Sófia, capital da Bulgária. A Hungria inaugurou em 2017 um muro em sua fronteira com a Sérvia para tentar detê-los. Mesmo assim, o país —cujo líder, o nacionalista ultraconservador Viktor Orbán, é abertamente anti-imigração— continua sendo uma rota de passagem popular para os que buscam uma vida longe das guerras e da pobreza de suas nações de origem.

Orbán, aliás, já causou revolta com uma fala sobre o tema. Ao criticar países por acolher imigrantes, disse que os húngaros "estavam dispostos a se misturar", mas não queriam "se tornar um povo mestiço".

Historicamente, a postura anti-imigração do premiê rendeu ao Fidész, seu partido, apoio entre camadas da população húngara —Orbán foi eleito para seu quinto mandato, o quarto consecutivo, há um ano.

Mesmo assim, a frase rendeu críticas do Comitê Internacional de Auschwitz e levou a então ministra da Inclusão Social, Zsuzsa Hegedus, a renunciar. Em sua carta de demissão, ela comparou o discurso do ultradireitista com a propaganda do ditador Adolf Hitler na Alemanha nazista. "Não sei como você [Orbán] não percebeu que a declaração é pura retórica nazista digna de Joseph Goebbels."

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