Descrição de chapéu Rússia

Embaixada da Finlândia na Rússia diz ter recebido carta com pó não identificado

Representação diplomática é alvo de possível atentado dias após adesão à Otan

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Reuters

Pouco mais de uma semana após a adesão oficial da Finlândia à Otan —a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos—, a embaixada do país na Rússia alega ter sido alvo de um potencial atentado. Segundo agências de notícias russas, a representação diplomática de Helsinque em Moscou disse ter recebido nesta quinta-feira (13) uma carta que continha um pó não identificado.

Bandeira da Finlândia junto a símbolos nacionais dos demais membros da Otan durante cerimônia de adesão do país à aliança militar na sede da organização, em Bruxelas, na Bélgica - Zheng Huansong - 5.abr.23/Xinhua

A embaixada afirmou que, em obediência às regras de segurança do Ministério das Relações Exteriores finlandês, alertou as autoridades russas sobre o ocorrido e aguarda uma investigação de órgãos oficiais.

A entrada da Finlândia no clube ocidental em 4 de abril encerrou sete décadas de sua tradição de não alinhamento estratégico. O país nórdico havia optado pela tática depois de perder cerca de 10% de seu território para a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, quando era aliado da Alemanha nazista —desde o fim do conflito, assim, Hensinque manteve laços amigáveis com Moscou.

O gatilho para a mudança foi a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. A adesão da Finlândia, cujo processo foi iniciado oficialmente em julho passado, garante a ela o acesso ao artigo 5º da carta da Otan —segundo o qual um ataque contra qualquer um dos membros é um ataque contra todos.

Sua entrada coroou ainda um processo de expansão de uma aliança vista como quase morta antes do conflito, o maior no território europeu desde os anos 1940, e fez com que a fronteira da Rússia com o bloco, até então de 1.215 km mais do que dobrasse com os 1.340 km russo-finlandeses agregados.

Enquanto isso, a Suécia, que pediu para se juntar à Otan ao mesmo tempo em que a vizinha Finlândia, segue com sua candidatura paralisada. O motivo é a resistência da Turquia e da Hungria à adesão, gerando um impasse que evidencia as fraturas internas da coalizão.

Ancara resiste à união por exigir que Estocolmo entregue os opositores do governo de Recep Tayyip Erdogan que abriga em exílio. Para piorar a crise, a extrema direita sueca, cuja franja partidária integra o governo, promove atos periódicos de islamofobia aberta para provocar os turcos.

Já os húngaros, que, assim como os turcos, têm boas relações com Putin, queixam-se das críticas suecas ao governo autocrático de Viktor Orbán. Ambos os países foram os últimos a aprovar a entrada da Finlândia em seus Parlamentos, mas o caso de Budapeste parece ser de mais fácil solução.

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