Vilarejos do extremo leste da Rússia, na península de Kamtchatka, amanheceram cobertos de cinzas após um dos vulcões mais ativos do país entrar em erupção nesta terça (11). A poeira cobriu carros, casas e estradas da região, onde moram 300 mil pessoas, além de desencadear um alerta de risco para voos.
O vulcão Shiveluch entrou em erupção logo após a meia-noite, mas a atividade atingiu seu pico cerca de seis horas depois, quando expeliu uma nuvem de cinzas sobre uma área de 108 mil km², de acordo com o Serviço Geofísico da Academia Russa de Ciências de Kamtchatka.
O acúmulo de cinzas em aldeias próximas chegou a 8,5 centímetros de altura, o mais elevado em 60 anos. Correntes de lava escorreram do vulcão, derretendo a neve e gerando um alerta de fluxos de lama ao longo de uma rodovia próxima. As imagens mostraram a nuvem ondulando sobre florestas e rios.
Quando expelidas, as cinzas chegaram à altura de 20 quilômetros, afirmou Danila Tchebrov, diretor da Academia Russa de Ciências de Kamtchatka. "O vulcão se preparava para isso havia pelo menos um ano."
O Shiveluch teve cerca de 60 grandes erupções nos últimos 10 mil anos —a última delas em 2007. Segundo cientistas, a Young Shiveluch, menor das duas partes do vulcão, estava ativa nos últimos meses.
Cerca de 24 horas depois que o vulcão começou a entrar em erupção, um terremoto de magnitude 5,8 atingiu a costa de Kamtchatka. Cientistas russos disseram que o evento, por enquanto sem vítimas, foi um tremor secundário de um terremoto do dia 3 de abril. Um dos maiores da península, o vulcão ainda estava em atividade 15 horas após o início do fenômeno.
A erupção provavelmente se acalmará agora, afirmou Tchebrov, que alertou para a possibilidade de novas nuvens de cinzas. O pesquisador disse que os fluxos de lava não devem atingir as aldeias locais.
A Equipe de Resposta a Erupções Vulcânicas de Kamtchatka emitiu um alerta vermelho para a aviação, já que "a atividade pode afetar aeronaves internacionais ou que estejam voando em baixa altitude".
Algumas escolas na península, a cerca de 6.800 km de Moscou, foram fechadas, e os moradores receberam ordens de permanecer em casa, disse o chefe da região municipal de Ust-Kamtchatsk, Oleg Bondarenko, pelo Telegram. Ele afirmou que a energia elétrica fornecida dos moradores, que havia sofrido interrupções, foi restabelecida, e a água potável estava sendo disponibilizada.
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