Descrição de chapéu África

Número de mortos em seita apocalíptica no Quênia sobe para 201

Vítimas acreditavam que mundo acabaria em abril e que, se morressem de fome, seriam os primeiros a subir ao céu

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shakahola (Quênia) | Reuters

Autoridades do Quênia descobriram, neste sábado (13), mais 22 corpos de vítimas de uma seita apocalíptica na floresta de Shakahola, no sudeste do país. Ao todo, 201 mortos já foram encontrados, mas o número deve crescer ainda mais, à medida que as buscas por desaparecidos continuam.

Ao longo desta semana, as autoridades têm cavado covas rasas espalhadas pela floresta em busca de restos mortais e vasculhado a área em busca de sobreviventes, já que centenas de pessoas ainda estão desaparecidas.

Covas após exumação de corpos na floresta de Shakahola, no Quênia - Yasuyoshi Chiba -13.maio.23/AFP

Na sexta-feira (12), 29 corpos foram desenterrados, incluindo os de 12 crianças que foram encontrados em um túmulo. Nenhum sobrevivente foi localizado.

Paralelamente, segundo a comissária regional Rhodah Onyancha, um outro suspeito foi preso neste sábado, elevando o número de detidos para 26. Na quarta (10), um tribunal queniano negou fiança a Paul Mackenzie, líder da Igreja Internacional das Boas Novas, que foi acusado de ordenar a seus seguidores que deixassem seus filhos e eles mesmos morrerem de fome para que pudessem ir ao céu antes do fim do mundo, que segundo ele ocorreria no último dia 15.

As primeiras autópsias revelaram que a maioria das mortes foi provocada por fome e asfixia. Depois, os exames apontaram que algumas das vítimas também foram estranguladas, golpeadas e afogadas. Elas viviam isoladas na floresta de Shakahola.

Autópsias também revelaram a ausência de órgãos em corpos das vítimas. Não se sabe se isso tem relação com a seita ou se os órgãos foram retirados depois que os corpos foram encontrados pelas autoridades quenianas.

Na semana passada, promotores anunciaram que Mackenzie será processado também por terrorismo. Em outra frente da investigação, a Direção de Investigações Criminais (DCI) pediu o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, suspeito de envolvimento no caso. Ele chegou a ser detido em 28 de abril, mas foi solto após o pagamento de fiança.

Segundo o DCI, Odero recebeu "enormes quantias em espécie" de seguidores de Mackenzie. Testemunhas, por sua vez, contam que receberam do líder religioso pedidos para que vendessem suas propriedades.

O episódio já é considerado a maior tragédia relacionada a seitas da história recente.

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