O premiê do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta segunda (29) a exoneração do próprio filho do cargo de secretário-executivo de política devido ao que chamou de "comportamento inadequado".

A decisão foi tomada após a imprensa japonesa divulgar, na semana passada, que Shotaro Kishida, 32, fez uma festa na residência oficial em 30 de dezembro do ano passado. Imagens publicadas pela revista Shukan Bunshun mostram amigos do secretário brincando e simulando entrevistas no local. Um dos convidados aparece sentado, em pose despreocupada, em uma escadaria acarpetada de vermelho.

"O comportamento no ano passado, no espaço público, foi inadequado para um secretário político e decidimos substituí-lo", disse Fumio Kishida a jornalistas. A demissão entrará em vigor em 1º de junho.

O caso provocou indignação e levou o premiê a pedir desculpas em público. Em um primeiro momento, Fumio Kishida disse que havia repreendido duramente o filho, mas as críticas de opositores aumentaram nos últimos dias e pressionaram o líder japonês por uma medida mais assertiva. Não é a primeira vez que Shotaro é criticado por usar o cargo para atividades privadas. O filho do premiê já foi repreendido por utilizar carros oficiais em uma viagem à Europa para comprar lembrancinhas para os ministros.

A demissão se soma a uma série de perdas que Kishida sofreu nos últimos meses. O premiê exonerou quatro ministros por acusações de irregularidades financeiras e de associações com seitas religiosas.