Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Exército da Ucrânia fala em contraofensiva iminente para reconquistar território

Operação de Kiev é preparada há semanas; Rússia afirma que míssil matou construtor civil no país

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São Paulo

Após semanas de especulações, uma das principais autoridades de segurança da Ucrânia afirmou que a contraofensiva do país em territórios hoje ocupados por forças da Rússia é iminente.

Em entrevista à rede britânica BBC publicada neste sábado (27), Oleksi Danilov evitou estipular uma data para o início da operação, mas apontou que ela pode começar "amanhã, depois ou em uma semana".

Militares ucranianos disparam foguetes em direção às tropas russas, perto da cidade de Bakhmut, na Ucrânia - Serhii Nuzhnenko - 19.maio.23/Radio Free Europe via Reuters

Ainda neste sábado, o principal comandante militar ucraniano sinalizou que as forças do país estavam prontas para o ataque. "É hora de recuperar o que é nosso", disse o general Valerii Zalujnii. Assim como Danilov, ele não deu prazo e nem local para o início da operação.

Segundo o jornal americano The New York Times, não houve indicações de movimentos de tropas em larga escala ao longo da linha de frente da guerra após o comunicado do militar.

Em abril, a Otan, aliança militar liderada pelos EUA, afirmou que já havia enviado 230 tanques para a prometida contraofensiva da Ucrânia. Outros 1.550 blindados também já estão nas mãos de Kiev. Paralelamente, soldados ucranianos passaram por treinamentos com forças ocidentais por várias semanas.

A preparação gerou otimismo no Ocidente, que aposta nesse momento como o começo de uma derrota das forças de Vladimir Putin. Até por isso, Danilov sabe que seus soldados precisam corresponder às expectativas. "Entendemos que não temos o direito de cometer erros", disse ele à emissora britânica.

"Temos que entender que essa oportunidade histórica nos é dada por Deus para que possamos nos tornar verdadeiramente um grande país europeu independente", acrescentou.

Na entrevista, ele também confirmou que alguns soldados do grupo de mercenários Wagner estão se retirando da cidade de Bakhmut, palco dos combates mais intensos neste momento da guerra. "Isso não significa que eles vão parar de lutar contra nós."

De acordo com o chefe do grupo, Ievgueni Prigojin, a organização perdeu mais de 20 mil homens na cidade. Nas últimas semanas, ele gravou vídeos pressionando o Exército russo a enviar munições e armamentos para seus soldados –alguns deles, ao lado de corpos.

Danilov também rebateu críticas de que o Exército ucraniano deveria ter retirado suas tropas da cidade, hoje ocupada majoritariamente pelas forças russas, para evitar mais mortes. "Bakhmut é nossa terra, nosso território, e devemos defendê-la", disse ele.

Ainda neste sábado, dois drones atacaram uma estação que serve o oleoduto russo Drujba, em Tver, a 500 quilômetros da Ucrânia. A instalação é uma das maiores do mundo e responsável por enviar petróleo da Sibéria Ocidental para a Europa, segundo a mídia russa.

O Drujba, que em português significa amizade, foi construído ainda quando a Rússia fazia parte da antiga União Soviética e tem capacidade para encher mais de 2 milhões de barris por dia, mas tem sido subutilizado desde que a Europa implantou medidas para reduzir sua dependência da energia russa.

Já na região de Pskov, no oeste da Rússia, dois drones causaram uma explosão que danificou o prédio administrativo de um oleoduto, disse o governador Mikhail Vedernikov. O incidente ocorreu perto da aldeia de Litvinovo, a menos de 10 quilômetros da fronteira com a Belarus.

E na região russa de Kursk, a poucos quilômetros da fronteira com a Ucrânia, autoridades locais informaram que um trabalhador da construção civil foi morto após um míssil que teria vindo do lado ucraniano atingir a região. Bombardeio semelhante ocorreu em Belgorodo, onde outra pessoa morreu e três ficaram feridas.

O governo da Ucrânia não comentou nenhum dos ataques.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, informou em seu comunicado diário que destruiu 12 drones ucranianos nas últimas 24 horas e interceptou dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow de longo alcance que foram fornecidos à Ucrânia pelo Reino Unido.

Com Reuters

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