Descrição de chapéu Partido Republicano

Republicanos viram réus por suposta tentativa de reverter derrota de Trump em 2020

Meshawn Maddock, uma das acusadas, diz que caso é parte de 'esforço nacional coordenado' para deter ex-presidente

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São Paulo

A Procuradoria-geral de Michigan anunciou nesta terça (18) a acusação criminal contra 16 republicanos por supostamente tentarem anular a derrota de Donald Trump para Joe Biden nas eleições de 2020.

Os réus teriam tentado fraudar uma lista de delegados do Colégio Eleitoral —responsáveis por votar para presidente em um sistema de eleição indireta como o dos Estados Unidos.

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Meshawn Maddock, copresidente do Partido Republicano em Michigan, durante convenção do partido em Lansing - Emily Elconin - 27.ago.23/The New York Times

Mais de mil pessoas foram acusadas de crimes relacionados à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, para tentar impedir que o Congresso certificasse o resultado da corrida presidencial dos EUA.

O anúncio desta terça, porém, marca a primeira vez em que alguém vira réu por tentar reverter a derrota de Trump por meio do sistema formal. Segundo Dana Nessel, procuradora-geral de Michigan, o objetivo do grupo era fazer com que o Congresso aceitasse documentos fraudados, em que atestavam falsamente que eles eram delegados do Colégio Eleitoral, no estado em que Biden venceu por 154 mil votos.

"Eles não eram os delegados devidamente eleitos e qualificados, e cada um dos réus sabia disso", afirmou a democrata. "Fizeram isso com a esperança de que os votos de Michigan fossem concedidos ao candidato de sua preferência, em vez do candidato que os eleitores do estado realmente escolheram. As ações minaram a fé do público na integridade das nossas eleições e também violaram as leis pelas quais administramos nossas eleições em Michigan", disse Nessel em comunicado.

Cada um dos 16 réus foi acusado de oito crimes, incluindo falsificação e conspiração para cometer fraude eleitoral. As acusações podem levar a penas de cinco a 14 anos de prisão.

O grupo inclui Marian Sheridan, vice-presidente do Partido Republicano em Michigan, Meshawn Maddock, ex-presidente da legenda em Michigan, e Kathy Berden, membro do Comitê Nacional Republicano. Maddock afirmou ao New York Times que a acusação é uma "uma vingança pessoal" de Nessel. "Isso faz parte de um esforço nacional coordenado" para deter Trump, acrescentou ela.

De acordo com o comitê da Câmara dos Representantes que investigou o ataque ao Capitólio dos EUA, aliados de Trump tentaram reverter sua derrota em novembro de 2020 pressionando pela convocação de delegados falsos em estados com resultados mais apertados entre os dois candidatos.

Esses delegados se reuniram em 14 de dezembro de 2020 para votar em Trump —no mesmo dia em que os eleitores de fato votaram em Biden. Embora essas cédulas não tivessem legitimidade, elas foram usadas para pressionar o então vice-presidente Mike Pence a descartar os resultados oficiais.

Em Michigan, os réus teriam se reunido secretamente na sede local do Partido Republicano e assinado vários certificados declarando que eram "delegados devidamente eleitos e qualificados para escolher presidente e vice-presidente dos EUA para o estado de Michigan", de acordo com Nessel.

As acusações foram anunciadas no mesmo dia em que Trump disse ter recebido uma carta do Departamento de Justiça afirmando que ele tem quatro dias para se apresentar à Justiça em um processo sobre o caso do 6 de Janeiro. A carta, de acordo com o republicano, foi enviada pelo conselheiro especial Jack Smith, responsável pelas investigações contra o ex-presidente na esfera federal.

Com Reuters e The New York Times

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