Atirador mata 2 israelenses na Cisjordânia; polícia fecha ruas em busca do suspeito

Pai e filho foram mortos supostamente por um palestino na vila de Huwara, palco de violência em fevereiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Boa Vista

O Exército de Israel acusou um palestino de matar a tiros dois israelenses na Cisjordânia neste sábado (19). O caso ocorreu na vila de Huwara, no norte do território ocupado, uma área de tensão que tem visto aumento da violência nos últimos meses.

Os homens, pai e filho, foram baleados à queima-roupa em um lava-rápido, segundo a emissora pública de Israel. As forças de segurança bloquearam estradas próximas ao ataque em busca do agressor.

Forças de segurança de Israel no local onde o ataque ocorreu, em Huwara, neste sábado (19)
Forças de segurança de Israel no local onde o ataque ocorreu, em Huwara, neste sábado (19) - Ahmad Gharabli/AFP

A vila de Huwara foi palco de ataques com mortes de israelenses e de episódios de retaliação de colonos judeus contra palestinos. Em fevereiro, outro atirador matou dois israelenses e, em represália, dezenas de casas e carros foram queimados horas depois. Na ocasião, cerca de 350 moradores ficaram feridos.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, enviou condolências à família das vítimas deste sábado e prometeu que os militares encontrariam o atirador. "As forças de segurança estão trabalhando de forma diligente para achar o assassino e acertar as contas, como temos feito com todos os assassinos até aqui."

Porta-vozes dos grupos extremistas Hamas e Jihad Islâmico elogiaram o ataque. Outros movimentos palestinos contrários à ocupação da área afirmaram que a agressão era uma "resposta natural" a episódios de violência e à presença israelense.

A Cisjordânia voltou a entrar numa espiral de violência no início do ano, com incursões israelenses promovidas por parte da coalizão de ultradireita que sustenta o governo de Netanyahu e agressões por parte da população palestina. Cerca de 180 palestinos e 30 israelenses morreram na área desde então.

No começo de julho, Israel iniciou a maior operação em 20 anos no território, que teve como alvo o campo de refugiados na cidade de Jenin, mobilizando centenas de soldados e utilizando drones. Ao menos oito palestinos foram mortos na ação. Uma operação dessa magnitude não era registrada desde a Segunda Intifada, na primeira metade da década de 2000, marcada pelo levante palestino contra autoridades de Israel e por episódios de violência que provocaram mortes dos dois lados.

A Cisjordânia é ocupada por Israel desde 1967. Marcada pela instabilidade, a região abriga três milhões de palestinos e mais de 475 mil israelenses. O acirramento das tensões no local acontece num momento em que Netanyahu ainda enfrenta protestos contra o projeto que ameaça a autonomia do Judiciário do país.

No fim de julho, a coalizão governista conseguiu aprovar o primeiro ponto da proposta no Legislativo.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.