Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Rússia acusa Ucrânia de novas tentativas de ataque à ponte da Crimeia

Construção é estratégica para Moscou enviar equipamento para o Exército; Kiev não se manifestou sobre episódio

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São Paulo | AFP e Reuters

A Crimeia voltou ao centro da Guerra da Ucrânia neste sábado (12). A Rússia afirmou ter derrubado 20 drones e dois mísseis na península, que vive um limbo geopolítico desde que foi anexada por Moscou em 2014 em um ataque que serviu de prefácio para o conflito atual.

"As forças de defesa antiaérea derrubaram dois mísseis inimigos perto do estreito de Kertch. A ponte da Crimeia não foi danificada", disse o governador da região nomeado pela Rússia, Serguei Aksionov, no Telegram.

Navio da Marinha Russa é usado para transportar carros pelo Estreito de Kerch após ataque na ponte da Crimeia em julho - Alexey Pavlishak - 17.jul.23/Reuters

Mais tarde, ele acrescentou que um terceiro míssil foi interceptado. O Ministério de Defesa da Rússia, por sua vez, relatou a derrubada de 20 drones ucranianos perto da península —14 deles por meio de sistemas de defesa antiaérea, e seis por meios eletrônicos.

Os ataques frustrados não causaram danos materiais nem deixaram vítimas, acrescentaram as autoridades, mas a ponte foi fechada em dois momentos. Mesmo assim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, descreveu as incursões ucranianas como "ataques terroristas" que "não ficarão sem resposta".

Construída por ordem do presidente russo, Vladimir Putin, após a anexação do território, a ponte de 19 km que liga a Crimeia à Rússia foi alvo dos ucranianos algumas vezes desde o início da guerra. Em um dos últimos deles, em julho, o ataque causou danos significativos no trecho rodoviário da estrutura —uma via de transporte de equipamentos militares crucial para o Exército russo no contexto da invasão.

Na ocasião, Putin foi à TV para afirmar que os ucranianos tinham cometido "um ato terrorista" e que a resposta militar à ação estava sendo elaborada. Kiev quase nunca assume publicamente a responsabilidade por tais ataques, mas costuma dizer que que destruir a infraestrutura militar da Rússia é crucial para sua contraofensiva.

Também neste sábado, a Ucrânia foi alvo de novos bombardeios russos em Zaporíjia, cidade ao sul do país ocupada logo no início do conflito, em março de 2022, por forças da russas. Segundo as autoridades locais, um policial morreu e 12 pessoas ficaram feridas.

Nessa mesma região, três drones de fabricação iraniana foram destruídos e, Krivoi Rog, cidade natal do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, registrou um ataque com mísseis, ainda que sem vítimas. Já a região de Kharkiv, no nordeste do país, foi palco de um bombardeio que matou um homem, segundo as autoridades locais.

O Exército russo disse nesta sexta (11) ter melhorado suas posições no nordeste da Ucrânia. Em junho, após um semestre inteiro reforçando o seu arsenal militar por meio de doações e treinamentos de potências ocidentais, Kiev se lançou a uma aguardada contraofensiva. O país do Leste Europeu tem reconhecido, porém, as dificuldades ante as tropas russas.

Apesar dos resultados insatisfatórios, o Ocidente continua a armar seu aliado. Nesta sexta, a União Europeia anunciou a entrega de quase 224 mil obuses a Kiev, como parte da primeira parte de um plano aprovado em março. O projeto de de € 2 bilhões (cerca R$ 10,9 bilhões) inclui o envio de um milhão de obuses de 155 mm para Zelenski.

Enquanto isso, o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, viajou ao Ártico, cujas bases militares vinham sendo reforçadas por Moscou mesmo antes do início do conflito na Ucrânia. Ele inspecionou a infraestrutura e verificou "a prontidão para ações de proteção e defesa de instalações críticas", segundo informou a pasta no Telegram no sábado.

Como parte do treinamento de combate, caças-interceptores MiG-31 realizaram atividades de defesa e reconhecimento aéreo e cobertura para tropas e forças que operam na zona do Ártico. Acompanhado do chefe da agência nuclear da Rússia, Alexei Likatchev, o ministro também inspecionou um campo de testes de armas nucleares.

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