Descrição de chapéu mudança climática

Segundo tufão em duas semanas no Japão provoca destruição e deixa feridos

Mais de 240 mil pessoas foram orientadas a buscar refúgio devido ao risco de enchentes e deslizamentos de terra

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São Paulo

A chegada de mais um tufão ao Japão, o segundo em poucos dias, provocou destruição na costa oeste do país e deixou milhares de pessoas sem energia elétrica. Mais de 240 mil pessoas foram orientadas a buscar refúgio em locais seguros devido aos riscos de inundações e de deslizamentos de terra.

Pelo menos 26 pessoas ficaram feridas em cinco províncias do oeste japonês, segundo a rede local NHK. Uma delas é um homem de 60 anos que foi hospitalizado em estado grave após sua casa colapsar.

Casas destruídas após deslizamento de terra na cidade de Ayabe, no Japão
Casas destruídas após deslizamento de terra na cidade de Ayabe, no Japão - 15.ago.23/Kyodo via Reuters

O tufão Lan varreu o oeste do país, onde ficam cidades importantes como Osaka, Kobe e Kyoto, e seguiu para o norte. A cidade mais atingida foi Tottori, na qual autoridades dispararam alertas para 182 mil pessoas. Depois, o fenômeno perdeu intensidade e foi rebaixado a tempestade tropical severa.

Pelo menos 90 mil casas ficaram sem energia elétrica. A tempestade ainda impactou o tráfego aéreo, e todos os voos no aeroporto de Kansai, perto de Osaka, foram suspensos nesta terça. No país, mais de 800 voos tiveram de ser cancelados. Os serviços de trem e ônibus também sofreram interrupções.

"Há vidas em perigo. Os moradores estão em uma situação em que a segurança pessoal deve ser garantida", disse Satoshi Sugimoto, da Agência Meteorológica Japonesa. O órgão afirmou que as chuvas na região oeste já superaram as precipitações médias para o mês de agosto e pediu que a população se refugiasse em áreas altas devido ao risco de enchentes.

Em dois dias, a cidade de Tottori registrou mais de 500 milímetros de chuvas —três vezes o volume esperado para todo o mês de agosto, segundo a NHK. Imagens transmitidas pela imprensa local mostram estradas destruídas, telhas sendo arrancadas pelos ventos e rios transbordando. Diante da crise, a agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres do Japão disse ter montado dezenas de abrigos para moradores em 11 províncias do país.

Destinos turísticos populares, incluindo o Palácio Imperial de Kyoto e o parque Universal Studios Japan, em Osaka, foram fechados na terça. Eventos esportivos também foram suspensos, incluindo o Koshien, torneio que mobiliza milhares de colégios e é a porta de entrada dos jovens ao beisebol profissional.

O tufão Lan, vindo do Oceano Pacífico, atingiu o território japonês pela primeira vez às 5h desta terça no horário local (17h de segunda em Brasília), no departamento de Wakayama, cerca de 600 km a oeste de Tóquio, a capital. A energia pôde ser restaurada em parte da área afetada, mas 9.200 casas ainda estavam sem eletricidade nesta quarta, de acordo com a operadora local Kansai Electric Power.

A tempestade ocorre dias após a passagem do tufão Khanun. O fenômeno deixou uma pessoa morta e mais de 200 mil casas sem energia no começo do mês. Em julho, o país já havia sido impactado pelo tufão Doksuri, que castigou a China com as chuvas mais intensas em 140 anos —ao menos 78 pessoas morreram no gigante asiático.

Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

A Ásia foi o continente mais afetado, contabilizando mais de 3.400 desastres nesse período, responsáveis por quase 1 milhão de mortes.

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