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Tiros interrompem evento de campanha no Equador uma semana após morte de candidato

Polícia descarta ataque contra empresário e político Daniel Noboa, que tem usado colete a prova de balas

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São Paulo

Tiros interromperam uma caminhada do candidato à Presidência do Equador Daniel Noboa na tarde desta quinta (17). O político e empresário encerrava sua campanha em Durán, cidade perto de Guayaquil.

Membros da assessoria do candidato disseram que ele circulava pelo centro da cidade quando tiros foram disparados. Todos se agacharam e, em seguida, retiraram o político do local. Noboa e outros que o acompanhavam saíram ilesos do incidente e, segundo a polícia, um possível ataque já foi descartado.

Candidato presidencial do Equador, Daniel Noboa participa de debate em Quito - Karen Toro - 13.ago.23/Reuters

O episódio acontece mais de uma semana depois de outro aspirante à Presidência, Fernando Villavicencio, ser assassinado em um comício em meio à onda de violência que atinge o Equador. Há dias Noboa, 35, o mais jovem dos candidatos à Presidência neste pleito, usa colete a prova de balas. O político é filho de Álvaro Noboa, que tentou se tornar presidente do país sul-americano cinco vezes.

O jornalista Christian Zurita, substituto de Villavicencio na corrida eleitoral pelo Movimento Construye, afirmou nesta quinta, em encontro com a mídia estrangeira, que o assassinato do correligionário está ligado ao crime organizado internacional. "Tenho quase certeza de que ele foi assassinado porque disse que iria militarizar os portos, e vamos manter isso como princípio", afirmou. Existe uma máfia internacional por trás da morte dele. Não podemos continuar as investigações se não contarmos com a participação da Colômbia. Precisamos chegar a um acordo e estabelecer novos laços com a Colômbia."

O ataque contra Villavicencio já não era o primeiro das eleições, e, um dia após a morte do presidenciável, a candidata à Assembleia Nacional Estefany Puente foi alvo de um atentado. Ela dirigia um carro com adesivos de outro candidato, Eduardo Mendoza, quando o veículo foi interceptado por dois criminosos, que dispararam contra o pára-brisa, do lado do motorista. Um tiro atingiu de raspão o braço de Puente.

Já no início da semana, Pedro Briones, membro do partido do ex-presidente Rafael Correa, foi assassinado em Esmeraldas, perto da fronteira com a Colômbia. Segundo a imprensa local, dois homens em uma moto atiraram no político do Movimento Revolução Cidadã.

Em 23 de julho, o prefeito de Manta, Agustin Intriago, também foi morto a tiros. Segundo a polícia, ele estava inspecionando obras públicas quando um homem saiu de um caminhão roubado e abriu fogo.

As eleições locais do começo do ano também fizeram vítimas. Omar Menéndez, candidato à Prefeitura de Puerto López, em Manabí, pelo partido correísta, foi morto em 4 de fevereiro, um dia antes das eleições. Sua aliança ganhou o pleito, e Verónica Lucas, da mesma legenda, assumiu o cargo.

Esta quinta-feira também foi marcada por eventos de encerramento de campanha de candidatos antes da eleição, marcada para domingo (20). A líder das pesquisas, Luísa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, realizou ato na cidade de Guayaquil e defendeu usar US$ 2,5 bilhões de reservas internacionais para melhorar a economia. Ela também prometeu combater as gangues e a violência.

O candidato indígena Yaku Pérez participou de manifestação pela manhã na capital, Quito. Como González, Otto Sonnenholzner e Jan Topic também encerraram suas campanhas em Guayaquil.

Texto em atualização.

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