A ONU pediu nesta quarta-feira (2) que a comunidade internacional una esforços para conter o fluxo de migrantes que atravessam a perigosa selva de Darién, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, a caminho dos Estados Unidos.
De acordo com dados oficiais, 248.901 pessoas cruzaram o trecho entre janeiro e julho de 2023, superando o número observado durante todo o ano passado, quando 248.284 migrantes atravessaram a divisa entre os dois países de forma irregular. A previsão é que até o fim deste ano 400 mil migrantes tenham passado pelo estreito.
Em 2022, a entidade registrou ao menos 137 mortes ou desaparecimentos na região. Mas a Organização Internacional para as Migrações (OIM), também da ONU, estima que os números reais sejam muito maiores, principalmente devido à falta de infraestrutura e ao controle de rotas por grupos criminosos.
Em comunicado, a OIM e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais um órgão da ONU, defenderam a expansão de rotas para que os migrantes consigam regularizar sua situação.
A maioria dos que cruzam a selva são venezuelanos, seguidos por haitianos e equatorianos. Também há muitas crianças e adolescentes transitando pelo trecho.
"A perigosa jornada pela selva de Darién não é apenas uma prova do desespero e determinação daqueles que buscam uma vida melhor, mas um lembrete cruel da urgência de atualizarmos nossos sistemas de migração", disse a diretora da OIM, Michele Klein Solomon.
Algumas políticas nacionais, porém, têm levantado debates sobre violações de direitos humanos e avançado no sentido contrário à colaboração conjunta. Nesta quarta, o México informou que um cadáver foi encontrado preso à barreira de boias flutuantes instalada por autoridades do Texas no rio Grande, que separa o território americano do país vizinho, para bloquear a passagem de imigrantes.
A dezenas de quilômetros das rotas seguidas por migrantes em Darién, turistas têm visitado a floresta em busca de aventura. Os pacotes de viagem, que chegam a custar centenas de milhares de dólares e costumam incluir assistência médica, telefone via satélite, equipamento e até cozinheiros, não mencionam a crise humanitária na região.
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