Descrição de chapéu Venezuela China

Acordo com China deve levar primeiros venezuelanos à Lua, diz Maduro

Documento final da visita ao país asiático expressa o interesse de Caracas em aderir ao Brics, que passou por expansão

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Pequim | AFP

O líder da Venezuela, Nicolás Maduro, assinou um acordo de cooperação científica com o dirigente da China, Xi Jinping, e afirmou que seu país poderá enviar em breve os primeiros astronautas à Lua. O compromisso foi firmado nesta quinta-feira (14), durante o encerramento da visita do ditador sul-americano à nação asiática.

"Sucesso total na jornada de trabalho", declarou Maduro em um vídeo divulgado na rede social X, antes conhecida como Twitter. "[É] uma associação estratégica a qualquer prova e para todos os momentos. O que vamos fazer é ir para a Lua, em uma etapa esplendorosa para China e Venezuela."

O líder da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva em Pequim - Palácio de Miraflores - 14.set.23/via AFP

O acordo inclui o treinamento de venezuelanos com astronautas chineses, afirmou Maduro durante uma reunião com Xi. A expectativa do líder é enviar um conterrâneo à Lua em uma nave espacial da China.

Pequim planeja enviar uma missão tripulada à Lua em 2030 para estabelecer uma base no satélite natural. A segunda maior economia do mundo investe bilhões de dólares em seu programa espacial, comandado pelos militares, em uma tentativa de alcançar a tecnologia de Estados Unidos e Rússia.

No documento, as duas partes concordam em "fortalecer a cooperação no âmbito aeroespacial e reforçar a coordenação em plataformas como o Comitê da ONU sobre o Uso Pacífico do Espaço Exterior". O acordo destaca ainda que "China e Venezuela são amigos íntimos, de confiança mútua, bons sócios de desenvolvimento comum e companheiros próximos de colaboração estratégica".

O tom reforça a retórica de união que ambas as partes tentaram passar durante a visita de Maduro, a primeira ao aliado em cinco anos. "China e Venezuela são sócios estratégicos integrais um para o outro. Os vínculos sino-venezuelanos resistiram aos vaivéns da situação internacional e sempre permaneceram sólidos como uma rocha" afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Hua Chunying, na semana passada.

Os afagos acontecem no momento em que as relações do país asiático com o Ocidente se deteriorame Caracas tenta superar sua crise econômica às vésperas das eleições de 2024. A China, maior importadora de petróleo do mundo, é o principal credor da Venezuela e um cliente-chave do mercado de energia do país sul-americano, que possui as maiores reservas de petróleo bruto do mundo, mas cujo PIB registrou queda de 80% em uma década.

Em entrevista coletiva para marcar o fim da viagem, Maduro fez um balanço da semana que passou na China, período em que visitou as cidades de Shenzhen e Xangai e a província de Shandong antes da chegar a Pequim.

"Nunca havíamos alcançado um documento com a profundidade, a importância estratégica e os consensos deste", afirmou Maduro sobre a declaração final assinada com Xi.

O texto expressa o interesse da Venezuela em aderir ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul). Na cúpula mais recente do grupo de economias emergentes, em agosto, foi anunciada uma ampliação com seis novos países (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia).

No final da entrevista, Maduro exibiu dois presentes que recebeu do líder chinês, incluindo um smartphone dobrável da marca chinesa Huawei, que rivaliza com as americanas. "Eu escolhi Huawei porque é o telefone mais seguro, impossível de violar", afirmou.

O outro presente continha duas fotos da visita: na primeira, Maduro e Xi aparecem caminhando ao lado de crianças; na segunda os dois líderes estão com suas respectivas esposas.

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