Maior volume de chuvas em Hong Kong em 140 anos mata ao menos duas pessoas

Nível de precipitação em 24 horas correspondeu a 25% da média anual; cidade vizinha Shenzhen também foi afetada

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Hong Kong | AFP

Ruas e estações de metrô de Hong Kong ficaram inundadas e ao menos duas pessoas morreram nesta sexta-feira (8), depois das chuvas mais intensas já registradas na ex-colônia britânica. Um total de 600 mm de água —ou 600 litros por m²— caiu na área nas últimas 24 horas, cifra que corresponde a 25% da precipitação média anual, segundo relatou a agência meteorológica da região administrativa.

Carros submersos pelas fortes chuvas em Hong Kong - Tyrone Siu - 8.set.23/Reuters

A imprensa local noticiou que ao menos duas pessoas morreram em decorrência das chuvas, e mais de cem ficaram feridas. Vídeos mostraram água caindo em cascata pelas encostas íngremes da área, inundando ruas estreitas e alagando shoppings, estações de metrô e túneis.

Um alerta preto, o mais grave, foi emitido, e moradores foram orientados a ficar em casa. A Bolsa de Valores de Hong Kong, principal da Ásia, permaneceu fechada, assim como escolas. "É como despejar o conteúdo de quatro banheiras em uma só: transborda", resumiu Eric Chan, o número dois do governo local.

As autoridades afirmaram que as condições severas continuariam até à meia-noite do horário local (13h em Brasília). Mais de 80 pessoas recorreram aos serviços de emergência hospitalar.

Enquanto isso, Shenzhen, metrópole chinesa limítrofe a Hong Kong que tem cerca de 17,7 milhões de habitantes e é sede de inúmeras empresas de tecnologia, também sofreu suas piores chuvas desde 1952, segundo a imprensa estatal. Os serviços de carga na fronteira das duas cidades foram interrompidos devido à tempestade.

A chuva torrencial foi provocada pelo Haikui, um tufão que atingiu a província chinesa de Fujian na terça-feira (5). Embora ele tenha enfraquecido, suas nuvens lentas teriam despejado enormes volumes d'água em áreas ainda encharcadas em razão da passagem de um supertufão na semana anterior, o Saola.

A região tem registrado condições meteorológicas extremas e temperaturas recordes neste verão — fenômenos que, de acordo com cientistas, foram agravados pela ação humana. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como enchentes, deslizamentos de terra, tempestades, incêndios e secas mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

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