Descrição de chapéu China mudança climática

Hong Kong cancela voos e fecha comércio diante da chegada do supertufão Saola

Autoridades chegaram a emitir alerta máximo; fenômeno perdeu força, mas ainda é capaz de gerar ventos em torno de 200 km/h

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Hong Kong se preparava nesta sexta-feira (1º) para a aproximação do supertufão Saola. A ex-colônia britânica chegou a disparar um alerta máximo, mas o nível de advertência foi posteriormente rebaixado de 10 para 8, à medida que o fenômeno perde força e se afasta gradualmente da cidade. O estado de atenção, no entanto, deve permanecer em vigor durante a maior parte deste sábado (2).

As expectativas em torno do Saola levaram ao adiamento do início do ano letivo, ao cancelamento de centenas de voos na região e à suspensão das negociações na bolsa de valores. Dezenas de milhões de pessoas foram obrigadas a buscar abrigo em várias cidades na região sul da China.

Segundo o observatório meteorológico honconguês, os ventos poderão atingir 118 km/h, ou mais, com rajadas de até 220 km/h. "Não saia e fique longe de portas e janelas expostas. Certifique-se de ter um local seguro para se abrigar", alertou o órgão, em comunicado.

Galhos de árvores acumulados em ruas de Hong Kong durante aproximação do tufão Saola - Isaac Lawrence - 1.set.23/AFP

O Centro Meteorológico Nacional da China havia projetado que o supertufão poderia se tornar o mais potente a atingir o delta do rio das Pérolas desde 1949. Esta região chinesa de planícies inclui Hong Kong, Guangdong, Shenzhen e Macau.

Antes do rebaixamento do nível de alerta, as ruas de Hong Kong amanheceram quase desertas. Os comerciantes tentaram proteger suas lojas com fitas adesivas nas vitrines e janelas. Segundo os moradores, comida congelada e vegetais se esgotaram nos supermercados.

"Espero que possamos proteger as ferramentas necessárias para o nosso negócio, como as geladeiras. Nós as colocamos em lugares mais altos para que a água não danifique os eletrodomésticos", disse o gerente de um restaurante que se identificou como Lee, em entrevista à emissora de televisão local.

Em Heng Fa Chuen, um bairro residencial no litoral leste de Hong Kong, devastado pela passagem do tufão Mangkhut em 2018, em meio ao vendaval que sacudia as árvores, alguns funcionários com colete laranja pediam aos curiosos que queriam ver a tempestade para se protegerem em casa.

Em Shenzhen, cidade de 17,7 milhões de habitantes na China continental, abrigos foram abertos para a população, e os transportes públicos, suspensos. A província de Guangdong cancelou a atividade dos trens até a noite de sábado (2) e elevou o nível de alerta de inundações para o segundo mais alto.

Como medida de segurança, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau ligando as três localidades também foi fechada.

Os meteorologistas honcongueses advertiram que o Saola pode causar agitação no mar. "O nível máximo da água pode alcançar um recorde histórico. Haverá graves inundações. A profundidade da elevação das águas em algumas zonas pode ser de mais de um metro", afirmaram.

Em uma praia de Hong Kong, algumas pessoas aproveitaram para surfar as grandes ondas provocadas pela proximidade do fenômeno meteorológico.

A mudança climática aumentou a intensidade das tempestades tropicais, com mais chuvas e rajadas ainda mais fortes que provocam inundações repentinas e danos às regiões costeiras.

O supertufão Saola obrigou milhares de pessoas a abandonarem suas casas durante a passagem pelo norte das Filipinas durante a semana, mas não foram relatadas vítimas até o momento. Embora possam causar perturbações, as mortes são raras, devido aos avanços nos métodos de construção e nos sistemas de gestão de inundações.

O sul da China é afetado com frequência, no verão e outono do Hemisfério Norte, por tufões que se formam nas águas quentes ao leste das Filipinas e avançam em direção ao oeste.

Com AFP e Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.