Após um vaivém de informações, a chancelaria de Israel disse nesta quinta-feira (12) que acredita haver mais de um brasileiro desaparecido e, possivelmente, refém do Hamas na Faixa de Gaza.
A informação foi proferida pelo porta-voz Lior Haiat em resposta a uma pergunta da Folha durante entrevista coletiva realizada de maneira virtual com outros jornais das Américas.
"Do que sabemos, há alguns —não vou dizer a cifra porque não sei se é exata— [brasileiros] desaparecidos", afirmou Haiat, ele mesmo descendente de brasileiros.
"Perto da fronteira com Gaza há muitas comunidades pequenas com imigrantes da América Latina, de países como Argentina, Uruguai e Brasil, naquela região. Possivelmente pessoas com dupla nacionalidade foram sequestradas."
Não está claro o número de pessoas sequestradas pela facção terrorista durante os ataques iniciados no último fim de semana. Na entrevista, o Exército de Israel afirmou que já conhece os nomes de ao menos 95 dos mantidos reféns.
"Há muitas crianças, mulheres e idosos. Há sobreviventes do Holocausto entre os sequestrados", afirmou Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). "O Hamas está usando civis como um escudo humano."
Na última terça (10), outro porta-voz dos militares havia dito, em uma transmissão online no perfil do IDF no X (antigo Twitter), que havia brasileiros entre os sequestrados. Mas depois, à reportagem, disse que não era possível ter certeza devido à "fluidez do cenário atual".
O Itamaraty, por sua vez, afirma ter conhecimento de apenas um brasileiro desaparecido na guerra. Outros dois cidadãos, inicialmente dados como desaparecidos, foram depois identificados como mortos —a universitária Bruna Valeanu, 24, e o gaúcho Ranani Glazer, 23. Ambos também tinham cidadania israelense e viviam no país.
Roni Kaplan também afirmou que há 35 batalhões do Exército de Israel posicionados na fronteira com Gaza, faixa adjacente ao território israelense, em prontidão, "aguardando uma decisão do Estado soberano e democrático de Israel". Ele se refere à possibilidade de uma invasão por terra da Faixa de Gaza, região densamente povoada com 2,1 milhões de pessoas que há mais de uma década vivem sob bloqueio.
Segundo o major, os esforços estão concentrados em ataques à Nukhba, a força de elite do Hamas. Ele detalhou que interrogatórios estão sendo feitos com membros da facção capturados por Tel Aviv durante os confrontos para identificar as posições do comando da Nukhba.
As Forças de Defesa também têm usado tecnologia de reconhecimento facial para, por meio de vídeos compartilhados por membros do Hamas em redes sociais e aplicativos de mensagem, identificar quais terroristas participaram dos ataques, muitos feitos nos kibutzim, espécie de comunidades agrícolas, da região fronteiriça.
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