Descrição de chapéu guerra israel-hamas terrorismo

Netanyahu diz que guerra contra Hamas não terá fim até que 'inimigo seja eliminado'

Premiê israelense comparou grupo terrorista ao Estado Islâmico, agradeceu ajuda dos EUA e pediu apoio da oposição

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Boa Vista

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou em pronunciamento nesta segunda (9) que "a batalha vai levar tempo" e prometeu que ela só terminará com a eliminação do inimigo, embora não tenha mencionado uma possível invasão da Faixa de Gaza.

O território é controlado pela facção terrorista islâmica Hamas, cujas atrocidades, segundo o premiê, são comparáveis com às do Estado Islâmico, outro grupo terrorista que ganhou corpo no contexto da guerra civil da Síria e cometeu assassinatos de ocidentais e atentados terroristas na última década.

Premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, em reunião de gabinete no fim de setembro, em Jerusalém
Premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, em reunião de gabinete no fim de setembro, em Jerusalém - Abir Sultan - 27.set.23/AFP

"Sempre soubemos quem é o Hamas, agora o mundo inteiro sabe. O Hamas é o Estado Islâmico. E vamos derrotá-lo assim como o mundo esclarecido derrotou o Estado Islâmico. Esse inimigo vil queria guerra e terá guerra", afirmou.

Em sua fala, o líder ressaltou que Israel fará tudo pelos cidadãos israelense que foram capturados e são feitos reféns pelo Hamas em Gaza —o grupo terrorista afirmou que, se Tel Aviv não parar com bombardeios sem avisos, mataria civis sequestrados.

O porta-voz do braço armado do Hamas disse em seguida que o grupo não negociará "sob fogo". A facção também afirmou que Israel deve estar preparado para "pagar o preço" em troca da liberdade dos reféns, sem explicitar o que seria esse preço.

"Há muita difamação e desinformação sobre a operação e a situação em Israel. Não podemos cair nessas mentiras e propagandas, e temos que ficar ao lado das autoridades. Eu sei que vai tomar tempo, mas prometo que essa batalha não terminará até que eliminemos nosso inimigo", afirmou Netanyahu, que informou no pronunciamento ainda haver militantes palestinos armados no território israelense.

O premiê disse estar em contato com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a quem agradeceu pela ajuda militar e aviões, sem no entanto detalhar em que consiste o auxílio.

Netanyahu também usou o pronunciamento para chamar a oposição ao que chamou de frente nacional pela mobilização, trazendo à memória a Guerra dos Seis Dias, conflito do qual Israel saiu vitorioso em 1967, quando anexou o território de Gaza, hoje sob cerco total de Tel Aviv. O premiê tem sido alvo a meses de manifestações de milhares de israelenses contra a reforma do sistema Judiciário proposta pela coalizão de Netanyahu no poder, a mais à direita da história do Estado judeu.

O Hamas lançou neste sábado (7) a maior ofensiva em anos contra Israel —Netanyahu declarou guerra em resposta. Segundo autoridades, até a publicação desta reportagem o conflito já deixou quase 1.500 pessoas mortas e mais de 6.100 feridas. Israel confirmou ao menos 800 mortos, enquanto autoridades de Gaza disseram que o número de mortos entre os palestinos é de pelo menos 687. O conflito mais recente entre Israel e o grupo havia sido uma guerra que durou 11 dias em 2021.

No sábado, combatentes palestinos invadiram ao menos 14 localidades no sul de Israel, onde mataram dezenas de civis e soldados e fizeram reféns. Milhares de foguetes foram disparados contra o território israelense. Outras facções palestinas, como o Jihad Islâmico e a esquerdista Frente Popular pela Libertação da Palestina se juntaram à ofensiva.

Com Reuters

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