Massa segue como ministro da Economia e forma equipe de transição na Argentina

Presidente eleito Javier Milei diz que não há reunião prevista com atual mandatário, Alberto Fernández

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Buenos Aires

Derrotado nas urnas, Sergio Massa seguirá como ministro da Economia da Argentina até a posse de Javier Milei e já definiu uma equipe de transição em sua pasta, segundo a imprensa local. Após a vitória do rival nas eleições deste domingo (19), circulou a informação de que ele poderia renunciar ao cargo, o que agora foi descartado.

Um primeiro encontro entre o presidente eleito e o atual mandatário peronista, Alberto Fernández, também estava previsto para esta segunda-feira (20). No final da tarde, porém, a equipe de Milei divulgou um comunicado afirmando que "até aquele momento, não havia nenhuma reunião prevista" entre os dois.

Sergio Massa, ministro da Economia da Argentina, se reúne com sua equipe no Palácio Municipal de San Fernando, na província de Buenos Aires, nesta segunda (20) - Foto by Handout/AFP/Ministério da Economia da Argentina

Na mesma nota, o ultraliberal afirma que "não haverá nenhum anúncio de nomeações em relação aos cargos do futuro governo até a data da posse", após ele ter anunciado dois novos nomes de sua gestão em entrevistas a rádios pela manhã e mencionado algumas pessoas cotadas.

A transição de governos na Argentina é mais rápida do que no Brasil e deve durar apenas 20 dias. A posse ocorre em 10 de dezembro, data em que o país comemora 40 anos de democracia ininterruptos.

Quem deve liderar esse processo na pasta de Massa é Gabriel Rubinstein (secretário de política econômica), Leonardo Madcur (chefe de assessores), Raúl Rigo (secretário da fazenda) e Miguel Pesce (presidente do Banco Central), segundo contaram fontes oficiais à agência pública de notícias Télam —uma das empresas que Milei confirmou que vai privatizar.

Rubstein foi o primeiro a desmentir a informação da renúncia pela manhã: "Diante de versões que vejo que começaram a circular, apenas dois esclarecimentos: 1) Eu não renunciei e não vou renunciar ao meu cargo, 2) Eu não pedi licença e não vou pedir até 10 de dezembro", escreveu nas redes sociais.

Mesmo após o término da campanha, Milei e Massa tem trocado farpas sobre de quem é a responsabilidade pela situação econômica do país até a posse. Há a expectativa de uma corrida do dólar pós-eleições nesta terça-feira (21), quando reabrem os mercados depois do feriado.

"A partir de amanhã a responsabilidade de prover certeza pertence a Milei", disse o ministro em seu discurso de derrota. "Assumam a responsabilidade até o final do mandato", rebateu o ultraliberal ao comemorar a vitória. Ele repetiu o recado no comunicado escrito: "o presidente e o ministro da Economia são os responsáveis constitucionais da situação dos argentinos".

Sergio Massa definiu o grupo de transição de sua pasta após se reunir com sua equipe durante a tarde no Palácio Municipal de San Fernando, na província de Buenos Aires. Já Milei passou o dia no hotel Libertador, no centro da capital, onde está morando e trabalhando nas últimas semanas.

Pela manhã, além das entrevistas às rádios locais, o presidente eleito manteve reuniões com membros de sua equipe. Pela tarde, recebeu sua vice, Victoria Villarruel, e o ex-presidente Mauricio Macri. Também passou o dia recebendo ligações de chefes de Estado, segundo seu comunicado, no qual "ratificou o desejo de trabalhar em defesa da democracia e do comércio livre com todos os países".

Ele indicou que, quando assumir o cargo, deverá usar como base a residência presidencial Quinta de Olivos, ao norte da cidade, e não a simbólica Casa Rosada, sede do governo argentino. A discordância sobre o local de encontro foi um dos motivos aventados pela imprensa para o adiamento da reunião com o presidente Fernández, já que Milei preferiria um lugar neutro.

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