Estados Unidos não sobreviverão a mais 4 anos de Trump, diz Nikki Haley

Ex-governadora se apresenta como principal pré-candidata republicana a enfrentar ex-presidente

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São Paulo

Adversária de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley associou o ex-presidente à desordem em discurso de campanha nesta quarta-feira (17). Na ocasião, ela afirmou que os Estados Unidos "não sobreviverão" a quatro anos de um eventual novo mandato do correligionário.

"Não se vence o caos democrata com o caos republicano", disse Haley, em referência a Trump e ao presidente Joe Biden, que podem reeditar a disputa pela Casa Branca ocorrida na última eleição. Ela discursava em comício na cidade de Rochester, no estado de New Hampshire, cujas primárias na semana que vem são consideradas fundamentais para a continuidade de sua campanha.

Haley durante um evento de sua campanha para ser a candidata à Presidência pelo Partido Republicano - Michael M. Santiago - 17.fev.23/Getty Images via AFP

"Já votei duas vezes em Trump. Mas o caos o acompanha. Não podemos ter um país em desordem, um mundo em chamas e passar por mais quatro anos de caos. Não sobreviveremos a isso."

Haley, 51, começou a corrida eleitoral com poucas chances, mas aos poucos conquistou a simpatia de parte dos republicanos, o que lhe permitiu subir nas pesquisas e arrecadar fundos. Ela recebeu 19,1% dos votos e ficou em terceiro lugar no caucus que abriu as primárias, ocorrido em Iowa na segunda (15), atrás do governador da Flórida, Ron DeSantis (21,2% dos votos), e de Trump, que teve vitória acachapante com 51% da preferência dos eleitores.

A ex-governadora agora tenta ao menos chegar mais perto de Trump nas primárias de New Hampshire. Ela ainda precisa de um resultado melhor que DeSantis para se apresentar como a principal pré-candidata a enfrentar o ex-presidente.

As primárias de New Hampshire serão abertas a eleitores sem filiação partidária, o que pode beneficiar candidatos considerados menos radicais, como é o caso de Haley. Ela disse que terminou a disputa em Iowa com um "bom resultado". "Era o que queríamos", afirmou, apesar de a diferença entre Trump e os adversários superar os 30 pontos percentuais.

"Se ela tiver um bom resultado [New Hampshire], se ficar em primeiro ou segundo lugar, isso lhe dará impulso, entusiasmo e atenção às primárias em seu estado natal, a Carolina do Sul, onde talvez possa mudar a dinâmica da disputa", disse à CNN o governador republicano de Maryland, Larry Hogan, apoiador de Haley.

Nos próximos dias, a pré-candidata terá o desafio de convencer eleitores moderados ou indecisos para poder apresentar resultados também àqueles que financiam sua campanha. Analistas dizem que, se ela não melhorar o percentual de votos em New Hampshire, alguns dos empresários devem cessar os investimentos.

"A montanha que ela tem de escalar é enorme", disse ao canal CNBC o empresário Andy Sabin, que arrecada dinheiro para a pré-candidata.

Haley tem sido o alvo preferido de Trump nos últimos meses, como mostram suas últimas postagens em sua rede, a Truth Social. Em uma montagem fotográfica na plataforma, ela aparece vestida de Hillary Clinton, a democrata que o ex-presidente derrotou em 2016.

"Nikki Haley conta com democratas e liberais para se infiltrar nas primárias republicanas", disse Trump em comício na terça (16). "Se ela vencer, Biden vence", afirmou.

O ex-presidente é alvo de vários processos criminais e civis, algo que aparentemente não abala seus apoiadores. Por enquanto, ele alterna comícios com comparecimentos nos tribunais, como aconteceu nesta semana, com sua ida a um julgamento civil em Nova York para responder ao processo de difamação movido pela escritora E. Jean Carroll, que o acusou de violência sexual.

Enquanto isso, em Washington, a Casa Branca pediu desculpas ao ex-governador do Arkansas Asa Hutchinson. O motivo foi uma declaração de uma porta-voz do Comitê Nacional Democrata que zombava do fim de sua candidatura, anunciado após o desempenho ruim do republicano em Iowa, onde ele obteve menos de 200 votos.

"A notícia [da desistência] é um choque para aqueles que poderiam jurar que ele já havia desistido", disse a secretária de imprensa nacional do comitê, Sarafina Chitika, na terça.

O chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, ligou para Hutchinson e pediu desculpas em nome de Biden, disse a porta-voz da Presidência, Karine Jean-Pierre. "Biden tem profundo respeito pelo governador Hutchinson e admira a corrida que ele disputou", acrescentou.

Com AFP

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