Descrição de chapéu Equador

Lula defende união contra crime organizado em telefonema com presidente do Equador

Ao falar ao telefone com Daniel Noboa, petista se solidarizou com situação enfrentada pelo país

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Brasília

O presidente Lula (PT) defendeu que Brasil e Equador se unam para combater o crime organizado ao conversar ao telefone com o presidente equatoriano, Daniel Noboa, na manhã desta terça-feira (23). O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) acompanhou a ligação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Sérgio Lima - 11.jan.2024/AFP

A conversa ocorre em meio à mais recente crise de violência no país andino, imerso em um "conflito armado interno" desde o início de janeiro. Segundo nota, Lula se solidarizou com seu homólogo equatoriano e indicou disposição para ajudar a nação, "inclusive por meio de ações de cooperação em inteligência e segurança".

O petista ainda ressaltou que a luta contra o crime organizado também é desafiadora para o Brasil, com os agravantes da "porosidade e extensão das fronteiras terrestres e marítimas do país".

"Ambos concordaram que os países sul-americanos devem estar unidos no combate ao crime organizado, que atinge a todos, e que o fortalecimento da integração regional é condição fundamental para a superação do problema. Ressaltaram, também, a necessidade de coordenação com países consumidores de drogas para o combate efetivo ao narcotráfico", prossegue o comunicado.

O diálogo entre os dois líderes se dá em um momento em que a crise de segurança no Equador dá sinais de arrefecer. Também nesta terça, Noboa suspendeu o toque de recolher que havia estabelecido ao decretar estado de exceção no país, em 8 de janeiro. Em 160 dos 223 cantões em que o país se divide, assim, os equatorianos poderão voltar a ocupar as ruas entre 23h às 5h.

A declaração de estado de emergência havia sido a resposta inicial de Noboa à fuga do narcotraficante Fito, líder da facção Choneros, da cadeia, em 7 de janeiro. Ainda que o presidente não tenha citado o episódio nominalmente no vídeo em que anunciou a medida, ele afirmou que ela permitia que as Forças Armadas interviessem no sistema prisional.

Mas o decreto só levou as gangues a dobrarem a aposta na violência, detonando explosivos e sequestrando policiais por todo o país no que a imprensa local descreveu como uma "noite de terror".

Foi então que o presidente equatoriano, eleito com um discurso punitivista, assinou um documento afirmando que o país havia entrado em "conflito armado interno". O texto declarava guerra a 22 organizações criminosas, que passaram a ser classificadas de terroristas, e ordenava que as Forças Amadas executassem operações "para neutralizá-las".

A Ameripol (Comunidade de Polícias das Américas), cuja secretaria-executiva é ocupada pela Polícia Federal brasileira, já havia anunciado um plano de cooperação de seus países-membros com a nação em crise dias após sua irrupção.

As propostas que o grupo encaminhou às autoridades de Quito incluíam "intercâmbio de informações de inteligência para enfrentamento do crime organizado" e "disponibilização de equipamentos de inteligência", além de "apoio na identificação dos presos do sistema penitenciário equatoriano e oferecimento de cursos sobre descapitalização [redução de recursos financeiros] para o crime organizado".

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