EUA recuam depois de dizer que mais de 25 mil mulheres e crianças já morreram em Gaza

Pentágono diz que cifra divulgada por secretário de Defesa era estimativa do Hamas e que não há como verificá-la de forma independente

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou nesta quinta-feira (29) que mais de 25 mil mulheres e crianças morreram na Faixa de Gaza desde o último 7 de outubro, quando teve início a guerra de Tel Aviv contra o Hamas. Mas a cifra foi corrigida depois pelo Pentágono, que disse não ter confirmação do dado.

"Não podemos verificar de forma independente o número de vítimas em Gaza", afirmou em comunicado Sabrina Singh, porta-voz do Pentágono, esclarecendo ainda que a cifra divulgada se referia ao total de palestinos mortos, não apenas de mulheres e crianças. O dado, segundo ela, vem do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Mulheres e crianças palestinas carregam alimentos em meio a prédios destruídos em Beit Lahia, no norte de Gaza
Mulheres e crianças palestinas carregam alimentos em meio a prédios destruídos em Beit Lahia, no norte de Gaza - 26.fev.24/AFP

Austin havia sido questionado sobre o número de mortos em audiência no Congresso, quando também pediu que Israel faça mais para proteger as vidas de civis palestinos. Ele disse ainda que cerca de 21 mil munições guiadas de precisão foram fornecidas ao país desde o início do atual conflito.

A declaração dada pelo secretário causou surpresa devido aos laços que Washington mantém com Tel Aviv, mas também porque as cifras de Austin se aproximavam das que o próprio Hamas vem divulgando publicamente.

Ainda nesta quinta-feira a facção palestina havia dito que o número de mortos em Gaza ultrapassara 30 mil, o que incluiria homens, mulheres e crianças. Acredita-se que esse número englobe tanto civis quanto membros do grupo terrorista —todos tratados pelo Hamas como "mártires".

Também na quinta, o grupo palestino acusou as Forças de Defesa de Israel de dispararem contra centenas de civis que aguardavam em fila para receber comida em uma região próxima à Cidade de Gaza. Segundo o Hamas, ao menos 112 pessoas morreram e outras 280 ficaram feridas.

Porta-vozes militares de Israel afirmaram que o episódio de violência partiu dos próprios palestinos. De acordo com as Forças de Defesa, civis começaram a saquear o caminhão de ajuda e a se empurrar, deixando pessoas feridas e mortas por serem pisoteadas e atropeladas. De acordo com a imprensa israelense, as Forças de Defesa dizem que teriam matado menos de dez palestinos nesse momento, não os cerca de cem apontados pelo Hamas, uma vez que estariam acuadas e se vendo sob ameaça.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.