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Bukele tem nova vitória esmagadora em El Salvador, e esquerda anuncia 'reorganização total'

Partido governista conquistou 43 dos 44 conselhos em eleição municipal; FMLN não elege nenhum prefeito

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San Salvador | AFP

O presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, conquistou uma nova vitória esmagadora nas eleições municipais do país no último domingo (3) e elegeu aliados em 43 dos 44 municípios. Em resposta, o principal partido de esquerda do país, a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), anunciou nesta segunda (4) uma "reorganização total" —a sigla não elegeu nenhum prefeito.

Bukele também controla o Congresso do país da América Central, com 54 das 60 cadeiras, e venceu as eleições de 4 de fevereiro com mais de 80% dos votos. O candidato da FMLN, Manuel Flores, obteve apenas 6,5%, e a sigla ficou de fora do Parlamento.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, vota nas eleições municipais em San Salvador, capital do país - Marvin Recinos - 3.mar.2024/AFP

"Depois destes resultados deve haver um novo começo, uma reorganização total de nosso projeto político, olhando para o futuro", declarou o secretário-geral da FMNL, Óscar Ortiz, em entrevista coletiva. A renovação passará por "estabelecer novas formas de trabalho, de organização e de como vincular" com os distintos setores, disse.

Em junho de 2023, o Congresso reduziu os municípios de 262 para 44, uma reforma que beneficiou o partido de Bukele, o Novas Ideias. A sigla vai governar a maioria das 14 capitais departamentais, incluindo a capital San Salvador, onde o prefeito Mario Durán foi reeleito.

A Constituição salvadorenha proíbe a reeleição, mas Bukele realizou uma manobra no Tribunal Constitucional, destituindo juízes e nomeando outros, e conseguiu permissão para concorrer novamente. O presidente conta com altas taxas de aprovação por conta da sua cruzada contra o crime organizado, criticada por organizações internacionais, que acusam o governo de prender inocentes e violar direitos humanos.

Bukele disse no domingo que "o povo é sábio" e que alguns dos novos prefeitos pertencem a partidos que sempre apoiaram "todas as mudanças" que o país necessitava, mesmo antes da sua primeira vitória nas eleições presidenciais em 2019.

Com 90% das cadeiras no Congresso conquistadas, Bukele tem votos suficientes para aprovar facilmente qualquer projeto de lei, definir juízes do Supremo Tribunal e o procurador-geral e manter o estado de exceção com o qual combate as gangues há dois anos.

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