Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Biden diz que Netanyahu erra e não deixa entrar 'ajuda suficiente' em Gaza

Presidente americano reforça críticas a posição de Israel no conflito depois de impor condições para manter apoio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters e AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na terça-feira (9) que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, comete "um erro" na guerra que se desenrola na Faixa de Gaza e fez um apelo a Tel Aviv por um cessar-fogo. Em tom de crítica, voltou ao tema nesta quarta-feira (10) e afirmou que a quantidade de ajuda que chega a Gaza "não é suficiente".

"O que ele está fazendo é um erro. Não concordo com a abordagem dele", disse o americano ao responder uma pergunta sobre Bibi, como o premiê é chamado, à Univision, emissora em espanhol dos EUA. "Peço simplesmente que os israelenses cessem fogo, que permitam, nas próximas seis, oito semanas, o acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entram em Gaza."

O presidente dos EUA, Joe Biden, durante visita a centro comunitário em Raleigh, na Carolina do Norte - Elizabeth Frantz - 26.mar.2024/Reuters

Questionado durante uma entrevista coletiva na Casa Branca nesta quarta, Biden afirmou que Israel não tem deixado entrar a ajuda humanitária necessária para cuidar da população palestina durante o conflito. Ressaltou ainda que Arábia Saudita, Jordânia e Egito estão "prontos para fazer alimentos entrarem" no território palestino.

"Não há desculpa para não atender às necessidades médicas e alimentares dessas pessoas. Isso precisa ser feito agora", disse o presidente americano

Washington passou a aumentar a pressão sobre seu aliado histórico do Oriente Médio após Israel matar sete trabalhadores humanitários da WCK (World Central Kitchen) em um bombardeio —ação que o presidente americano classificou de "indignante" neste terça.

Após o ataque, que Netanyahu chamou de "não intencional", Biden ameaçou condicionar seu apoio a Tel Aviv a medidas concretas para proteger civis.

As declarações nestas terça e quarta destacam a mudança na postura dos EUA em relação a Israel. Washington tradicionalmente protege Israel no Conselho de Segurança da ONU e, desde o início da guerra, vetou três projetos que pediam um cessar-fogo. No mês passado, Rússia e China vetaram uma resolução dos EUA que determinava uma trégua, e, em seguida, Washington absteve-se quando o órgão exigiu uma pausa imediata nos combates e a libertação dos reféns israelenses em Gaza —o que não aconteceu.

Nas últimas semanas, porém, o democrata já havia chamado os bombardeios de Israel no território palestino de "indiscriminados" e suas ações militares de "exageradas".

Internamente, Biden enfrenta meses de protestos em todo o país que exigem um cessar-fogo permanente em Gaza e restrições à assistência militar dos EUA a Israel. As manifestações acontecem antes das eleições de novembro, nas quais o democrata deve enfrentar o ex-presidente Donald Trump.

Israel recebeu mais ajuda externa dos EUA do que qualquer outro país desde a Segunda Guerra Mundial, embora a assistência anual tenha sido ofuscada por dois anos pela ajuda enviada à Ucrânia desde a invasão feita pela Rússia, em 2022.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.