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Equador recaptura líder criminoso que fugiu da prisão durante onda de violência

Líder da facção Los Lobos, Fabrício Colón Pico Suárez estava listado como um dos mais procurados do país

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Quito | AFP e Reuters

A polícia do Equador anunciou nesta segunda-feira (22) a recaptura de Fabrício Colón Pico Suárez, suposto líder da facção Los Lobos, considerada um grupo terrorista. Ele havia fugido da prisão em meio à crise de segurança que explodiu no país em janeiro e desencadeou o estado de exceção.

Chamado de Captain Pico, de acordo com as autoridades, ele foi preso em Puerto Quito, na província de Pichincha. Estava listado como um dos criminosos mais procurados do país. Dois outros criminosos foram detidos na mesma ocasião, informou o gabinete do procurador-geral no X.

Mural pintado na parede de uma prisão em Guayaquil mostra imagens que são associadas às gangues - 20.out.2023/AFP

Pico é acusado de organizar um plano para assassinar a procuradora-geral do Equador, Diana Salazar. Em janeiro, escapou de uma penitenciária em Riobamba em meio a uma onda de violência em todo o Equador, que incluiu a invasão, feita por homens armados, de uma emissora de TV durante uma transmissão ao vivo.

O ataque de grupos ligados ao tráfico de drogas deixou 20 mortos. O incidente fez com que o presidente do Equador, Daniel Noboa, declarasse estado de exceção, prorrogado até o início de abril. No domingo (21), o governo obteve apoio significativo dos eleitores para uma série de medidas de segurança. Segundo ele, elas ajudarão a combater o aumento acentuado da criminalidade.

O Equador mudou uma regra de quase 80 anos ao aprovar a possibilidade de extradição de seus cidadãos para endurecer as leis contra o crime organizado, em uma votação marcada pelo assassinato do diretor de uma penitenciária.

A pergunta que versava sobre o tema era a principal entre as 11 que foram feitas aos equatorianos. O sim à extradição recebeu pouco mais de 60% de apoio, enquanto o não recebeu 39% do total de votos, segundo a apuração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) até esta segunda-feira (22)

As mudanças devem dar um protagonismo inédito às Forças Armadas no combate às drogas. Embora a presença militar seja bastante ativa atualmente e ocorra por meio de decretos de estado de exceção (comuns no país) e declarações de conflito armado interno (como a que o Equador vive hoje, contra as gangues), o plebiscito buscou anular essas exigências e fazer com que a decisão para enviar os militares dependa somente de um despacho do chefe da polícia local e do presidente.

Noboa, que foi eleito em um pleito atípico para um período de 18 meses, carrega uma popularidade de 69%. Ele declarou guerra às organizações ligadas a cartéis no México e na Colômbia após uma onda de violência em janeiro, com cerca de 20 mortes.

O político também militarizou as prisões —que se tornaram centros de operações de traficantes e de massacres sangrentos entre prisioneiros que deixaram mais de 460 mortos desde 2021— e reduziu momentaneamente a taxa de homicídios, mas a violência piorou no último mês.

O plebiscito acontece em meio a uma onda de violência no país. Mais de dez políticos foram mortos a tiros desde 2023, quando os homicídios atingiram um recorde de 43 por 100 mil habitantes, em comparação com 6 em 2018. Só na semana passada foram dois prefeitos assassinados, no sul, e há um mês também a prefeita de um balneário no Pacífico foi morta.

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