Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Biden diz que Hamas é maior obstáculo para cessar-fogo em guerra contra Israel

Medida prevê interrupção de ataques e troca de reféns; grupo terrorista, por sua vez, diz aceitar termos gerais do plano

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São Paulo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ecoou nesta quinta-feira (13) as declarações feitas por autoridades de Israel de que o Hamas é o principal obstáculo para a implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A medida, que prevê ainda a troca de reféns, foi apresentada por Washington e aprovada nesta semana pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Apresentei uma proposta que foi respaldada pelo Conselho de Segurança, pelo G7 [grupo das principais economias do mundo] e pelos israelenses. O maior obstáculo até agora é o Hamas, que se recusa a assinar [o acordo]", disse o presidente aos jornalistas na cúpula do G7, que está sendo realizada na Itália.

Joe Biden aparece em primeiro plano com uma expressão séria, enquanto ao fundo desfocado, as cores da bandeira dos Estados Unidos podem ser vistas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante entrevista coletiva na Itália - Mandel Ngan - 13.jun.24/AFP

Trata-se de mais um capítulo no conflito de versões que permeia a guerra entre Israel e o Hamas. Na terça (11), líderes do grupo terrorista haviam dito que a facção estava disposta a aceitar o plano e pronta para negociar os detalhes. Já na quarta (12), Osama Hamdan, um dos porta-vozes da organização, acusou Tel Aviv e Washington de "fugirem de qualquer compromisso" para estabelecer um cessar-fogo permanente.

Enquanto o impasse continua, as forças de Israel mantém as ofensivas no território palestino. Moradores de Gaza afirmaram nesta quinta que Israel atacou Al-Awasi, região costeira lotada de refugiados e designada como "zona segura" por Tel Aviv.

O Exército israelense negou, em comunicado, que tenha atingido a área, que fica a oeste da cidade de Rafah, ou lugares próximos a ela. Segundo as forças, as operações desta quinta visavam a eliminar as últimas unidades de combate do Hamas que restariam na cidade do sul de Gaza e foram conduzidas com base em informações de inteligência.

A mais recente proposta para cessar-fogo aprovada pela ONU foi apresentada no final de maio pelos EUA e propõe uma trégua de três fases.

Na primeira, haveria um cessar-fogo completo por seis semanas, Israel retiraria todas as tropas das áreas habitadas da Faixa de Gaza, e reféns sequestrados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro seriam libertados em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos. Ao mesmo tempo, passaria a haver um fluxo de 600 caminhões de ajuda humanitária entrando em Gaza por dia, de acordo com Biden.

Na segunda fase, o Hamas e Israel negociariam um fim permanente para a guerra, e o cessar-fogo continuaria em vigor durante essas negociações. Esse ponto contraria aquele que tem sido o principal mantra de Netanyahu e da cúpula do gabinete de guerra israelense desde o início do conflito —de que a guerra só terminaria com a destruição completa do Hamas e com a erradicação de seu controle político e militar sobre Gaza. A terceira fase consistiria de um plano de reconstrução do território palestino.

Biden está na Itália para a cúpula do G7. No evento, o americano se encontrou com seu homólogo da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Os líderes assinaram um acordo de segurança bilateral válido por dez anos com o objetivo de reforçar a defesa ucraniana contra as forças russas e aproximar o país do Leste Europeu da adesão à Otan, a aliança militar ocidental liderada por Washington.

Com Reuters e AFP

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