Descrição de chapéu União Europeia

Holanda abre votação do Parlamento Europeu em meio a ascensão da ultradireita

Eleição nos 27 países-membros da União Europeia termina no domingo e definirá os 720 assentos do órgão legislativo do bloco

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AFP

A Holanda começou nesta quinta-feira (6) a série de eleições para renovar o Parlamento Europeu e as autoridades da União Europeia, em meio ao crescimento de partidos da ultradireita em vários dos 27 países do bloco.

A votação geral será concluída no domingo (9), dia em que vão às urnas os países mais populosos da UE (Alemanha, Itália, França e Espanha). No total, 370 milhões de pessoas estão aptas a votar. Os resultados definirão os 720 assentos do Parlamento, distribuídos de acordo com a população de cada membro.

centenas de cadeiras no plenário do parlamento
Plenário da sede de Bruxelas do Parlamento Europeu - Folhapress

Os legisladores nomearão, então, os líderes das outras duas principais instituições da UE: a Comissão Europeia (braço executivo) e o Conselho Europeu (que representa os países).

A atual presidente da Comissão, a alemã Ursula von der Leyen, é candidata a um novo mandato de cinco anos, com o apoio da bancada do PPE (Partido Popular Europeu), composta por partidos de direita.

As sondagens projetam um crescimento acentuado dos partidos de ultradireita, que poderão conquistar até um quarto das cadeiras. Se o percentual for alcançado, essa corrente ganharia muito peso na articulação de acordos para votações na Casa.

De acordo com as pesquisas, o bloco PPE continuará a ter a principal bancada no Parlamento, seguido pelo bloco Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda.

A bancada centrista Renew (Renovação) e os Verdes surgem como os mais afetados pelo provável fortalecimento da ultradireita. Se as sondagens forem confirmadas, isso poderá ameaçar o equilíbrio das três forças –PPE, S&D e Renew –, que nos últimos cinco anos permitiu a negociação dos principais acordos votados no Parlamento.

Von der Leyen já sinalizou que poderia buscar alianças específicas com setores de ultradireita menos eurocéticos, mas este cenário pode dificultar entendimento com os sociais-democratas, centristas ou verdes.

Na Holanda, o PVV (Partido da Liberdade), do ultradireitista Geert Wilders, que obteve uma vitória surpreendente nas eleições legislativas de novembro, também deverá continuar a ser a principal força do país nas eleições europeias.

As sondagens também anunciam uma vitória do partido de Marine Le Pen, na França, da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do Fidesz, sigla do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. Siglas de ultradireita devem ter bom desempenho nas urnas na Alemanha e na Polônia.

Entre as preocupações comuns dos eleitores entre os países-membros estão o custo de vida, a insegurança e a imigração. Mais de três quartos dos europeus apoiam uma política comum de defesa e segurança. Segundo estudos da Comissão Europeia, a maioria aprova o envio de equipamento militar para a Ucrânia e sanções contra a Rússia.

COMO O PARLAMENTO EUROPEU É FORMADO?

As eleições para o Parlamento Europeu acontecem em intervalos de cinco anos desde 1979. Em 2024, serão eleitos 720 membros, o que faz dele o maior Parlamento do mundo depois do Bundestag, da Alemanha.

A divisão de cadeiras, porém, não é diretamente proporcional à população de cada país: enquanto um eurodeputado alemão representa cerca de 850 mil pessoas, um eurodeputado vindo de Malta representa apenas cerca de 70 mil.

O QUE FAZ O PARLAMENTO EUROPEU?

Aprovação de leis: o Parlamento Europeu aprecia leis propostas pelo Conselho Europeu para todos os 27 Estados-membros. O Parlamento também pode aprovar, modificar ou rejeitar leis que vêm da Comissão Europeia, o órgão Executivo da UE.

Controle orçamentário: o Parlamento decide sobre o Orçamento da UE, junto com o Conselho, e supervisiona a execução dos gastos planejados, para que o dinheiro do bloco seja usado de forma eficiente e transparente. O órgão, porém, não tem poder de criar novos impostos.

Controle democrático: o Parlamento fiscaliza as demais instituições europeias, especialmente a Comissão Europeia, podendo cobrar explicações de seus representantes ou também obrigá-los a se demitirem no âmbito de uma moção de censura.

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