Descrição de chapéu China Estados Unidos

Em Pequim, China e EUA só concordam em continuar conversando

Chanceler Wang Yi e assessor Jake Sullivan anunciam que vão 'planejar chamada' entre Xi e Biden para 'futuro próximo'

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Pequim

O chanceler chinês, Wang Yi, e o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, concordaram nesta quarta-feira (28) em discutir ou planejar uma conversa por telefone entre os líderes Xi Jinping e Joe Biden, após dois dias de negociação em Pequim.

Na versão chinesa, Wang e Sullivan "discutiram uma nova rodada de interação entre os chefes de Estado dos dois países em um futuro próximo".

Na americana, "ambos os lados saudaram os esforços contínuos para manter linhas de comunicação abertas, incluindo o planejamento de uma chamada dos líderes nas próximas semanas".

A imagem mostra dois homens em um evento diplomático, com bandeiras dos Estados Unidos e da China ao fundo. O homem à esquerda, vestido de terno escuro, está gesticulando com a mão, enquanto o homem à direita, também de terno, parece estar apresentando algo. O fundo apresenta uma pintura de paisagem montanhosa
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, é recebido pelo ministro do exterior da China, Wang Yi, em Pequim - Ng Han Guan - 27.ago.24/AFP

Como esperado, faltando menos de cinco meses para acabar o mandato de Biden, o principal resultado da nova rodada de "comunicação estratégica" entre Wang e Sullivan foi sua concordância em manter o diálogo. Nem sequer um encontro bilateral físico entre os dois líderes, durante as reuniões multilaterais programadas para o Peru (Apec) e o Brasil (G20), foi acertado.

Além da chamada entre Xi e Biden, os dois países devem preparar uma "chamada de vídeo" entre os respectivos comandantes do teatro militar na região, segundo o relato chinês, "no momento apropriado".

Em meio a registros genéricos sobre cooperação no controle de drogas ou na mitigação dos efeitos da crise climática, Wang disse, segundo o relato da diplomacia chinesa, que "os EUA não devem usar tratados bilaterais como desculpa para minar a soberania e a integridade territorial da China e não devem apoiar e tolerar as violações das Filipinas".

A imagem mostra dois homens caminhando lado a lado em um ambiente ao ar livre, cercados por vegetação. Um dos homens está acenando com a mão, enquanto o outro sorri. Ambos estão vestidos formalmente, um em um terno escuro e o outro em um terno azul claro
Líder da China, Xi Jinping, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu último encontro oficial durante cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), na Califórnia, em novembro de 2023 - Kevin Lamarque - 15.nov.23/Reuters

De sua parte, a nota divulgada pela Casa Branca destacou que "Sullivan reafirmou o compromisso dos EUA em defender seus aliados e expressou preocupação com as ações desestabilizadoras da China contra as operações marítimas legítimas das Filipinas".

Nos dois dias anteriores à chegada do assessor a Pequim, embarcações chinesas e filipinas voltaram a se enfrentar nas ilhas em disputa entre os dois países, no Mar do Sul da China.

Já iniciadas as conversas na capital chinesa, o chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, almirante Samuel Paparo, declarou para jornalistas em Manila, nas Filipinas, que poderia enviar navios americanos ao lado dos filipinos para as áreas em disputa com a China.

As ilhas Spratly ou Nansha são vistas neste momento como o maior risco de conflito na região. Havia alguma expectativa de que a nova rodada entre Wang e Sullivan pudesse aliviar esse quadro, mas os comunicados ao final não deram sinais disso.

Além dos atritos entre navios chineses e filipinos, também Taiwan e Japão, aliados dos EUA na região, manifestaram críticas à China nos dias anteriores à visita de Sullivan, que veio a Pequim a convite de Wang. As conversas foram no balneário do lago Yanqi, ao norte da capital.

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