Descrição de chapéu Taiwan

Em visita a ilha simbólica, presidente de Taiwan reafirma posição anti-China

Lai Ching-te declara não estar disposto a ser governado por Partido Comunista em meio a novos exercícios militares de Pequim

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Kinmen (Taiwan) | Reuters

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, enfatizou sua posição anti-China ao visitar Kinmen, uma ilha simbólica da independência de Taipé, nesta sexta-feira (23).

Seu discurso ocorreu ao mesmo tempo em que aeronaves militares chinesas realizavam uma nova rodada de exercícios de combate na área, alimentando as queixas taiwanesas de que os vizinhos buscam minar a paz e a estabilidade na região. Pequim considera Taiwan uma província rebelde e parte inalienável de seu território.

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, oferece bastão de incenso em cerimônia pelo 66º aniversário de batalha de Kinmen, ilha próxima da China - Sam Yeh/AFP

Kinmen fica mais perto da China do que de Taiwan —está localizada a 6 km da primeira e a 224 km da segunda. Em fevereiro deste ano, dois pescadores chineses morreram em um barco em alta velocidade em sua costa, numa operação não esclarecida da guarda costeira taiwanesa. Pequim culpou Taipé pelo incidente, e desde então realiza patrulhas regulares ao redor de Kinmen.

Lai improvisou um discurso durante um almoço com veteranos. Na ocasião, ele contou que cresceu ouvindo histórias da batalha ocorridas no local, já que seu tio serviu lá, e disse que Taiwan deve seguir resistindo às ameaças chinesas.

"Não estamos dispostos a ser governados pelo Partido Comunista. Queremos continuar com uma vida de democracia, liberdade, direitos humanos e Estado de Direito", afirmou o presidente.

Pouco depois de Lai retornar a Taipé, o ministério da Defesa taiwanês disse que detectou a realização de um exercício envolvendo 27 aeronaves militares chinesas ao redor do Estreito de Taiwan. Questionado se o exercício estava relacionado a visita de Lai, o ministério da Defesa chinês não respondeu.

Taipé controla Kinmen e Matsu, outra ilha próxima da China, desde 1949, quando o governo derrotado pelos comunistas de Mao Tse-tung se refugiou no território insular.

Esta foi a primeira a visita de Lai a Kinmen desde que assumiu a Presidência, em maio. Durante sua passagem pelo local, ele depositou uma coroa de flores em um memorial em homenagem à chamada Segunda Crise do Estreito de Taiwan —nesta sexta completam-se 66 anos desde a eclosão do conflito, no qual a China tentou retomar Kinmen e Matsu.

O embate durou 44 dias e resultou na morte de cerca de mil pessoas. Ele era uma continuação da Primeira Crise do Estreito de Taiwan que, ocorrida entre 1954 e 1955, refletiu as tensões da Guerra Fria, com a ilha capitalista gozando do apoio dos Estados Unidos.

Um cessar-fogo entre Taipé e Pequim restabeleceu o controle da primeira sobre as ilhas. A situação contribuiu, porém, para aumentar as tensões entre os EUA e a China, além de solidificar o compromisso americano com a defesa de Taiwan.

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