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Para ONU, ritmo de construções de Israel em colônias na Cisjordânia é "alarmante"
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DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, qualificou nesta quinta-feira de "alarmante" o início da construção das ao menos 544 casas nas colônias judaicas no território ocupado da Cisjordânia em apenas três semanas.
"O reatamento da construção dos assentamentos, que é ilegal de acordo com o Direito Internacional, vai na direção oposta dos pedidos da comunidade internacional às partes para que encontrem as condições para a negociação, e isso destruirá a confiança", destacou em comunicado.
Hagit Ofran, encarregada de acompanhar o avanço da colonização judaica na ONG israelense Peace Now (Paz Agora), afirmou hoje que quase 600 casas estão sendo construídas nas colônias na Cisjordânia desde o fim da moratória sobre a construção nesse território em 26 de setembro.
Ofran destacou que a construção "está se dando em grande velocidade, quatro vezes mais rápido que antes da moratória, já que durante dez meses eles não puderam construir". Além disso, há cerca de 13 mil imóveis que contam com todas as permissões necessárias para ser construídos, acrescentou.
Jim Hollander/Efe | ||
Apenas um dia após fim da moratória, obras foram retomadas com rapidez nas colônias judaicas na Cisjordânia |
Os colonos aceleraram as obras de construção perante o temor de que o governo de Binyamin Netanyahu anuncie uma nova moratória para dar continuidade às negociações. Muitas das casas, aponta a Associated Press, estão sendo erguidas em áreas que sob qualquer possível cenário de um acordo de paz fariam parte de um potencial Estado palestino.
No último dia 15, o Ministério de Habitação israelense voltou a ser alvo de duras críticas na esfera internacional após licitar a construção de 238 casas para judeus em dois assentamentos situados em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado desde 1967.
REAÇÃO PALESTINA
Em reação à divulgação da velocidade das novas construções, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) pediu uma intervenção dos EUA para interromper o que classificou como um "desafio" aos palestinos.
"Este desafio flagrante aos palestinos, aos árabes e ao governo americano exige uma réplica árabe e internacional, em particular americana", declarou Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
Outro assessor de Abbas, Nimr Hamad, declarou que cabe ao líder palestino solicitar aos EUA que reconheçam a necessidade de um Estado palestino limitado pelas fronteiras anteriores a 1967, quando teve início o processo de colonização israelense.
Hamad declarou que, ante as evidências de que os colonos judeus continuam com a expansão dos assentamentos, "e dado que o governo americano pediu em inúmeras ocasiões o final da ocupação que começou em 1967, assim como o estabelecimento de um Estado palestino independente, viável e soberano, vamos pedir oficialmente que Washington reconheça o Estado palestino", concluiu.
Os palestinos exigem uma nova moratória para prosseguir com as negociações de paz retomadas, após quase dois anos de interrupção, em 2 de setembro em Washington, sob a mediação do governo americano.
A Liga Árabe aprovou ainda no dia 8 de outubro a posição de Abbas e concedeu a Washington um prazo de um mês para resolver o litígio.
Na última segunda-feira (18), o novo embaixador de Israel na ONU (Organização das Nações Unidas), Meron Reuben, chegou a afirmar que o governo israelense pode renovar a moratória que congela a expansão dos assentamentos em colônias.
HILLARY DEFENDE DIÁLOGO
Os números divulgados pela Associated Press chegam pouco depois de a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmar que as negociações diretas entre israelenses e palestinos "são absolutamente necessárias" e constituem o "único caminho" para um acordo de paz justo e durável no Oriente Médio.
Em discurso pronunciado perante a American Task Force on Palestine, Hillary admitiu que não tem uma "fórmula mágica" para superar o ponto morto no qual estão as negociações diretas entre israelenses e palestinos. No entanto, ela considerou que, se os dois líderes estiverem comprometidos com o processo, um acordo será possível.
"Negociações não são fáceis, mas são absolutamente necessárias", declarou a secretária. "Não há nada que substitua conversas tête-à-tête para conseguir um acordo que leve a uma paz justa e duradoura".
"É o único caminho para cumprir as aspirações nacionais palestinas e a solução necessária de dois Estados", ressaltou.
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