Tubulação compartilhada é desafio para expansão da rede de gás em SP

Malha da Comgás, favorita dos paulistanos, tem 7.000 quilômetros e divide espaço com serviço de água, esgoto e internet

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São Paulo

A capital paulista tem 7.000 quilômetros de encanamentos de gás, operados pela Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), empresa privada que detém a concessão do serviço na cidade.

Subterrânea, essa malha está mais protegida do que a rede da Enel, que vem sendo castigada por temporais, mas compartilha espaço com a tubulação de água, esgoto, fiação elétrica subterrânea e internet.

"Isso traz desafios na manutenção e expansão da rede", diz Felipe Figueiredo, presidente da companhia.

O executivo explica que, para realizar intervenções próximas à tubulação da empresa, outras concessionárias consultam antes a distribuidora de gás. Nesses casos, o CCO (Centro de Controle Operacional), em Campinas, orienta os profissionais responsáveis pela obra.

Operários carregam equipamentos em direção a uma van
Gasistas da Comgás, empresa vencedora de O Melhor de São Paulo na categoria "fornecimento de gás" - Gustavo Rampini/Divulgação

Por ano, juntas, as concessionárias abrem 400 mil buracos em vias públicas na cidade, segundo estimativa da prefeitura —300 mil são obra da Sabesp e 100 mil da Comgás.

O CCO monitora a rede 24 horas por dia. Na linha de frente, quem faz a manutenção dos canos e investiga vazamentos são os gasistas, posicionados remotamente em veículos da empresa.

Vencedora na categoria fornecimento de gás da pesquisa O Melhor de São Paulo, com 39% das citações dos entrevistados, a Comgás passou por um crescimento expressivo nas últimas décadas.

Fundada com capital inglês, a empresa foi nacionalizada em 1959 e novamente privatizada em 1999, ocasião em que foi vendida para a Shell. Em 2012, o empresário Rubens Ometto, um magnata da cana-de-açúcar, adquiriu o controle da companhia.

Desde a privatização, a Comgás expandiu de 300 mil para 2,5 milhões sua base de clientes. Entre 2021 e 2022, a Compass Gás & Energia, controladora da companhia, adquiriu a Sulgás —empresa estatal gaúcha de distribuição de gás— e a Gaspetro, que pertencia à Petrobras.

A última operação gerou questionamentos da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e de grandes consumidores, que viam na jogada risco de concentração excessiva de mercado.

Isso porque a Gaspetro possuía, na época, participação em 19 empresas regionais de distribuição do combustível. Com a aquisição, a Compass passaria a gerir dois terços do gás encanado que é distribuído no país.

Para aprovar a fusão no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Compass se comprometeu a vender parte dos seus ativos e, desde 2022, se desfez de sua participação em oito distribuidoras.

Também em 2021, a Comgás renovou por 20 anos sua concessão no estado de São Paulo, que inclui Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e região administrativa de Campinas.

"É uma área densa, com muitos consumidores", afirma o pesquisador Diogo Lisbona, do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV (Fundação Getulio Vargas). "O filé mignon em termos de concessão."

São 177 municípios na área concedida. "Destes, atendemos 95", explica Figueiredo, da Comgás. "E queremos incluir outros 44 nos próximos anos." Segundo o executivo, a empresa ganha em média 150 mil clientes e mil quilômetros de rede por ano.


COMGÁS
39%
das menções
Fundação
1872
Funcionários
4.000, entre diretos e indiretos
Faturamento
Não divulga
Crescimento
8,4%

Essa pesquisa traduz muito do esforço cotidiano e do nosso foco no cliente

Felipe Figueiredo

presidente da Comgás

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