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Fábio Coelho

Como o brasileiro ajudou o Google a inovar

País tem papel de destaque nos 20 anos da empresa

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, em evento do Fórum Econômico Mundial em São Paulo - Adriano Vizoni - 14.mar.18/Folhapress

Nesta quinta-feira (27), o Google e seu buscador completam 20 anos, e é incrível refletir sobre como o mundo e o Brasil mudaram nestas últimas duas décadas. Afinal, o brasileiro ama tecnologia e nós percebemos isso desde o início da nossa história, abrindo escritórios aqui, fazendo parcerias, lançando produtos e contando com a colaboração dos nossos usuários para inovar e transformar o mundo.

Não fosse a paixão dos brasileiros por tecnologia e por ajudar sua comunidade, o Waze não teria se tornado algo absolutamente indispensável: hoje, São Paulo é a maior cidade para o aplicativo no mundo, com 4,4 milhões de usuários.

Para começar, foi no Brasil que o Google adquiriu pela primeira vez uma empresa fora dos Estados Unidos. A compra da Akwan, startup criada por professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2005, representa a pedra fundamental do nosso centro de engenharia em Belo Horizonte dedicado, principalmente, a melhorar o buscador.

Nossos engenheiros são motivo de orgulho, pois seu trabalho mostra que o Brasil está exportando inovação e não o contrário, como costuma acontecer.

Atualmente, temos mais de oito plataformas com mais de 1 bilhão de usuários no mundo, e os brasileiros figuram entre os cinco primeiros em utilização em várias delas. Ao apostar em um sistema operacional de código aberto, o Android, oferecemos em parceria com diversos fabricantes a oportunidade para muitos brasileiros se conectarem à internet pela primeira vez.

Estar online permitiu que eles se desenvolvessem, acelerassem seus negócios e compartilhassem ideias com milhões de pessoas. Foi essa popularização do smartphone que permitiu o surgimento de fenômenos como 99 e Nubank no país.

Ao colocar o usuário em primeiro lugar, conseguimos aplicar outro princípio fundamental para nós: inovação precisa ser útil. Foi ouvindo nossos usuários em mercados emergentes como o Brasil, onde os planos de dados são caros e as conexões lentas, que tivemos insights para criar uma versão mais leve do buscador e, mais recentemente, o Android Go, uma versão mais leve do nosso sistema operacional, o que permitiu uma nova geração de smartphones ainda mais acessível.

Do ponto de vista de negócio, a resiliência do empreendedor brasileiro, que se mantém criativo crise após crise, sempre foi uma inspiração para nós, assim como sua capacidade de conseguir fazer mais com menos. Foi com esse intuito que nosso time de vendas e nossos engenheiros de inovação comercial —sim, também temos geeks focados em negócios— fizeram um protótipo do que se tornaria o YouTube Director Mix, uma ferramenta que permite a anunciantes do mundo todo criarem automaticamente várias peças publicitárias a partir de uma mesma base de imagens.

O YouTube, aliás, é um fenômeno à parte no Brasil. O país detém a terceira maior audiência do mundo e a maior parte dela assiste conteúdos em português, feito por criadores brasileiros. A potência cultural do YouTube no Brasil fica patente quando pensamos que, juntos, os canais do Whindersson Nunes e do KondZilla têm mais de 70 milhões de seguidores. A potência educacional também: nossa plataforma YouTube Edu tem mais de 350 educadores inscritos que compartilham conhecimento com mais de 14 milhões de estudantes, mensalmente.

Ao longo desses 20 anos, nossa missão continua a mesma —organizar as informações do mundo e torná-las úteis e acessíveis. Acreditamos na importância de nivelar o jogo para que todos tenham as mesmas chances, e a internet é um dos equalizadores mais potentes que já se viu. Por isso, estamos dedicados a continuar criando produtos que democratizam o acesso a novas tecnologias. Continuaremos buscando.

Fábio Coelho

Presidente do Google Brasil e vice-presidente da Google Inc.

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