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Tito Enrique da Silva Neto e João Carlos de Figueiredo Ferraz

Fundação Bienal de SP: dez anos de transformação

Instituição voltou a ser referência em artes visuais

Obra na 33ª Bienal de São Paulo, encerrada em 9 de dezembro - Rubens Cavallari - 6.set.18/Folhapress
Tito Enrique da Silva Neto e João Carlos de Figueiredo Ferraz

A 33ª Bienal de São Paulo encerrou no dia 9 de dezembro com um público total de 736 mil pessoas. Sua programação, composta por 200 atividades, ativou conteúdos das propostas artísticas e educativas.
Nas redes, as publicações atingiram 6 milhões de timelines, com audiência média de 35 mil perfis por postagem, indicando significativa ampliação de alcance. Foram publicadas cerca de 800 reportagens no Brasil e no exterior. 

No biênio 2017-18, a Fundação Bienal promoveu ainda mostras itinerantes da 32ª edição, com 648 mil visitantes. Concebeu e produziu as representações brasileiras nas bienais de arte e arquitetura de Veneza, alcançando 377 mil visitantes. A disponibilização online de seu acervo documental gerou audiência virtual de milhares de pessoas a seus conteúdos. Encerra-se, assim, um ciclo bem-sucedido de dez anos de reposicionamento institucional.

Na última década, a Fundação Bienal superou o pior momento de sua história e voltou a ser uma das principais articuladoras da produção e difusão das artes visuais no país.

Em 2008, uma crise financeira e de credibilidade prenunciava o fim da instituição, que teve o seu principal projeto apelidado de "Bienal do Vazio".

A partir das exitosas gestões de Heitor Martins e Luis Terepins, a Fundação saneou suas finanças, estabeleceu uma vigorosa estrutura de governança e profissionalizou sua gestão.

Como inovar utilizando, de forma responsável, recursos públicos e privados? Como garantir a autonomia curatorial mantendo coerência com o planejamento de longo prazo da instituição? Como manter colecionadores em seus quadros sem que sua atuação seja influenciada pelo mercado? Como ser relevante para especialistas e despertar o interesse dos demais públicos? Esses são alguns dos desafios que permeiam a gestão da Fundação Bienal.

Fugindo à tendência observada em algumas instituições culturais brasileiras de fragilidade, inconstância e personalismo, a Fundação produziu uma arquitetura institucional que permitiu a formulação de um projeto de longo prazo, sustentável e conectado com as necessidades da sociedade.

Conselhos e diretoria --cada vez mais diversos em sua composição, incluindo empresários, intelectuais e gestores culturais-- são intensamente atuantes e regrados por seu Estatuto, Regimento Interno, Regulamento Eleitoral e Código de Conduta. A Fundação conta com um corpo permanente de colaboradores, que, ao acumular experiência, aumenta sua eficiência e otimiza o uso dos recursos.

Alinhada às melhores práticas de gestão, a Fundação Bienal diversificou suas fontes de financiamento. Decisivo mecanismo de promoção cultural no país, o patrocínio via leis de incentivo responde hoje por cerca de metade de sua receita. Passou ainda a publicar relatórios bianuais de atividades e criou uma área de transparência em seu site.

A instituição celebra, agora, a eleição de José Olympio da Veiga Pereira como seu presidente e de Julio Landmann para a presidência do Conselho de Administração para o biênio 2019-20, quando serão realizadas mostras itinerantes com obras da 33ª Bienal; a representação oficial do Brasil na Bienal de Veneza, com o MinC e o Itamaraty; e a 34ª Bienal de São Paulo.

A Fundação Bienal se encontra preparada para ampliar suas relações com a vida cultural no país e no exterior. Assim, quando forem comemorados, em 2021, 70 anos da exposição Bienal e, em 2022, 60 anos da Fundação, a instituição festejará com orgulho a tradição de sua história, aliada à sua capacidade de conexão e articulação com o mundo contemporâneo.

Tito Enrique da Silva Neto e João Carlos de Figueiredo Ferraz

Presidente do Conselho de Administração da Fundação Bienal e diretor-presidente da Fundação Bienal

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