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Vacina bivalente, campanhas e imunização infantil são armas da vez contra Covid

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Vacina bivalente contra Covid-19 da Moderna - Ringo Chiu/AFP

Aprovadas desde o final de agosto nos EUA e utilizadas, atualmente, em mais de 30 países, entre eles Canadá, Japão e Reino Unido, as vacinas bivalentes contra a Covid-19 chegarão com atraso ao Brasil.

Mas é urgente que esses novos imunizantes, autorizados na terça (22) pela Anvisa, alcancem os braços dos brasileiros. Também premente é a coordenação de uma campanha que reforce a importância de manter a vacinação em dia.

As vacinas adaptadas (bivalentes), que protegem contra mais de uma cepa do coronavírus, mostraram bons resultados na população com o esquema básico monovalente, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano.

No Brasil, os imunizantes bivalentes da Pfizer que foram aprovados protegem contra a variante original do Sars-CoV-2 e as subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5 da ômicron.

Há indícios de que também possam amenizar a infecção causada pela sublinhagem BQ.1 (uma descendente de BA.5), que preocupa especialistas em todo o mundo devido ao seu escape imunológico.
Contudo ainda não se sabe quando esses imunizantes estarão disponíveis no país. A expectativa é que cheguem apenas em 2023, com foco em grupos prioritários.

Tampouco há previsão de diversificação de plataformas de imunizantes por aqui. Nos EUA, além da Pfizer, também já está disponível a bivalente da Moderna, que não é ministrada no Brasil.

Além disso, não há campanha para atingir a população que está com a imunização atrasada. Oito em cada dez brasileiros completaram o ciclo vacinal de duas doses ou de dose única contra Covid; os demais estão com proteção desatualizada. Já as doses de reforço atingem apenas cerca de metade da população do país.

Cenário ainda mais lamentável é verificado em relação às crianças. Como mostrou a Folha no início de novembro, só 1 em cada 10 crianças de 3 e 4 anos havia recebido a primeira dose, após três meses de campanha direcionada para essa faixa etária.

Sabe-se que reforços, atualizações e adaptações de vacinas contra a Covid-19 provavelmente não impedirão novas ondas da doença, mas certamente evitarão um número significativo de casos graves e de mortes. A população precisa ser alertada disso.

Campanhas de vacinação abrangentes e a diversificação de imunizantes —incluindo os adaptados— continuam, portanto, cruciais.

editoriais@grupofolha.com

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