Descrição de chapéu Eletrobras

Fios desencapados

Movimento de Lula na Eletrobras tenta controle sobre setor e evitar escândalos

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Brasília

O setor elétrico sempre foi um reduto comandado por aliados do governo em exercício. Sob Lula 3, é o PT que tenta tomar as rédeas.

O presidente Lula (PT) fala na sessão inaugural do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, no Itamaraty - Gabriela Biló - 4.mai.23/Folhapress

A manobra do presidente junto ao Supremo Tribunal Federal para obter mais poder na Eletrobras é somente a primeira medida de um plano maior.

Por óbvio, não há como reverter a privatização. A União vendeu a maioria de suas ações ao mercado, que injetou quase R$ 40 bilhões na companhia, diluindo a participação do estado.

Na petição, Lula argumenta que estão ocorrendo abusos da nova gestão e que isso precisa ser modificado. Tem 35% das ações, mas só pode votar em decisões relevantes com até 10%.

Por trás desse movimento reside a intenção de associar a Eletrobras com a Petrobras em uma grande companhia de energia —projeto visto com descrença pelo mercado.

Passa longe quem aposta que ele vai parar por aí. Há uma preocupação no Planalto em relação ao setor elétrico. Houve um mapeamento de potenciais focos de escândalos e existe uma tropa de choque em campo para blindar o governo.

Vasculham-se todas as gavetas dos projetos de lei aprovados pelo Congresso na gestão Jair Bolsonaro, começando pelo Novo Mercado de Gás, que abriu o transporte e a distribuição, até a geração distribuída, que permite ao consumidor gerar sua própria energia e inseri-la no sistema para conseguir abatimentos na conta de luz.

Também causa arrepios no Planalto a negociação mediada pelo Tribunal de Contas da União entre governo e termelétricas pela repactuação de contratos de quase R$ 11 bilhões em energia.

Teme-se que, fora do raio de visão do tribunal, ocorram negociações espúrias.

O Planalto queria que esses contratos fossem cancelados por descumprimento de regras (as usinas construídas na pandemia não ficaram prontas na data pactuada), mas a discussão foi judicializada.

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