Demissão na Petrobras

A preocupação excessiva de Pedro Parente com os acionistas se provou equivocada. De que adianta apresentar lucro acima de R$ 7 bilhões se a qualquer espirro as ações perdem R$ 120 bilhões? Neste cassino, só joga quem quer, e o povo, que não joga, não pode sair perdendo. A Petrobras não é só para dar lucro aos acionistas. Errou o ex-presidente e quem o nomeou.

Nilton Nazar (São Paulo, SP)

 

Pedro Parente não nasceu ontem, sabia o quê aconteceria às ações da Petrobras quando anunciasse sua demissão no meio do pregão da BM&FBovespa. O anúncio causou variação no valor de mercado da Petrobras: muita gente perdeu dinheiro e outros ganharam fortunas. Essa ação irresponsável em nada difere daquela de Joesley Batista, que também sabia o que aconteceria com o Real quando o presidente da República fosse denunciado. Deveria haver investigação para apurar quem ganhou com a demissão de Parente e se houve uso de informação privilegiada.

Mário Barilá Filho (São Paulo, SP)

 

O ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente
O ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente - Reuters

José Serra e a Dersa

A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) esclarece que a advogada que faz parte de seu quadro de funcionários, citada pela juíza no despacho que determinou a prisão de Paulo Vieira de Souza, acompanhou testemunhas de acusação empregadas na Dersa, que é vítima em relação às ocorrências. A Dersa esclarece ainda que foi um processo de auditoria interna da companhia que levantou parte das informações que integram a denúncia do MP. Comprovados desvios pela Justiça, buscará ressarcimento aos cofres públicos.

Márcio Cava, assessor de imprensa da Secretaria Estadual de Logística e Transportes de SP (São Paulo, SP)

 

Acho salutar investigar os governos do PSDB, mentores das concessões de nossas rodovias, cujos pedágios são caríssimos e operam em contratos inflexíveis, pois você roda 5 km e paga a taxa integral. 

Otávio de Queiroz (São Paulo, SP)

 

Paulo Francis cantou a pedra: “A malandragem da imprensa está nas omissões e nas ênfases”. Lembrei-me disso ao encontrar, ao pé da Primeira Página, discretíssima chamada sobre mais um indício de grave delito no governo Serra. Mesmo sendo só uma curiosa das técnicas jornalísticas, sei que qualquer chamada abaixo da linha de dobra é para assuntos de menor atenção. A Folha mata dois coelhos de uma vez: registra o escândalo, mantendo a aparência de imparcialidade, e tenta minimizar o grave delito.

Dagmar Zibas (São Paulo, SP)


Paralisação dos caminhoneiros

Dados da CNI apontam que 45% das indústrias ficaram paradas durante a greve dos caminhoneiros por falta de matéria-prima ou dificuldade de enviar produção. Cerca de U$ 1 bilhão foi perdido em exportação, mais de 100 milhões de aves foram sacrificadas e 300 milhões de litros de leite, jogados fora. O saldo: vai aumentar o desemprego e a inflação vai piorar, assim como o PIB. A fatura chegará para todos, menos para a classe política. Até quando vamos aceitar essa excrescência? 

Izabel Avallone (São Paulo, SP)


Ilustríssima

A cultura política mapeada por Francisco Bosco nada tem a ver com o espírito de junho de 2013. O conservadorismo tomou as rédeas das manifestações e fez delas luta contra o Estado. A infraestrutura social foi pulverizada com o apoio da mídia que propagandeou o teto de gastos públicos como salvação. Também venceu o moralismo: laicidade e direitos humanos e trabalhistas viraram valores “esquerdistas”. Esqueceu de lembrar que o PSDB perdeu a linha e, após quatro derrotas eleitorais, passou a sabotar a democracia. 

Haroldo H. Souza de Arruda (São Paulo, SP)


Organizações sociais

O modelo de gestão de hospitais públicos por organizações sociais é o melhor que existe há ao menos 20 anos. Nenhuma alternativa se mostrou mais eficiente. É natural para o Brasil que, em meio a 8.400 contratos, haja impropriedades. As polêmicas sobre o modelo são movidas por questões políticas que não contribuem para o seu fortalecimento. Mais bem fariam os políticos se as forças fossem direcionadas a aprimorar o modelo. 

Josenir Teixeira (São Paulo, SP)


Gilmar Mendes

Alguns teóricos defendem que o Brasil jamais renascerá sem antes experimentar o caos absoluto. Parece que o ministro Gilmar Mendes foi um dos primeiros a abraçar essa premissa, disponibilizando-se a soltar um condenado da Lava Jato por dia, ação que contribui para que o país chegue mais rapidamente ao fundo do poço.

Ricardo C. Siqueira (Niterói, RJ)


Jornal impresso

Gostaria de colocar minha insatisfação com relação à alteração feita na estrutura do jornal impresso. Por que reduziram os cadernos Cotidiano e Esportes a algumas páginas no fim do Primeiro Caderno? Eu já estava me sentindo incomodada com a nova estrutura gráfica, adaptada à versão do app. Sou leitora do impresso e, assim como em livros, não me sinto confortável em trocar pelo computador. Devolvam-me o jornal que assinei!

Regina Pacheco Miranda (São Paulo, SP)


Colunistas

Marcos Nogueira diz que a greve dos caminhoneiros foi bruta. Mas, como dizem, Deus escreve certo por linhas tortas. Na sua brutalidade, roubando nossa comida, expôs a exploração a que o povo tem sido submetido, e contra a qual ninguém falava nada. Os caminhoneiros, pode ser que de forma bruta, resolveram reagir. Só isso.

Luiz Fernando Schmidt (Goiânia, GO)

 

O esclarecimento científico é, sem dúvida, ferramenta útil, mas desprezada na decisão do voto, como nos convence Reinaldo José Lopes. A natureza humana, porém, não é cartesiana. Hélio Schwartsman afirma que, em bases sociológicas, é a economia o principal fator político de decisão, mas economia é a capacidade de prever o passado, não podendo ser considerada ciência. Defendamos a ciência, conscientes de suas limitações, e saibamos que decisões coletivas nem sempre primam pela lógica.

Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP)

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